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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 31 de agosto de 2020



NÃO É AMOR

Toda essa divisão dos sentidos,
Por muito que pareça não é amor,
Sem explicação, seja lá o que for,
É dor sonhada nos sonhos idos.

Fui e voltei sem encontrar meus passos,
Já secos naquela dura areia,
Encanto secreto da sereia,
Embalado cantar dos teus braços.

Todo o amor se esfumou no desejo,
Na esperança de sentir o teu beijo,
Naquele sonho que ficou perdido.

Caminhos longos foram traçados,
Olhares e sentidos destroçados,
Do amor sem amor que foi vivido.

Carlos Cebolo


sexta-feira, 28 de agosto de 2020




SOMENTE DESEJO

Nunca pensei querer um abrigo,
Lugar onde não houvesse dor,
Recanto encantado do amor,
Onde ser feliz seria contigo.

Não choro por ideal desfeito,
Procurando a vida que idealizo,
Em ti procuro esse sorriso,
Lábios poisados no teu peito.

Por ti também nunca chorei,
Não te ofereci o meu beijo,
Como se isso não fosse desejo.

O meu olhar em ti poisei
E sem pensar na eternidade,
Recordo a minha mocidade.

Carlos Cebolo


quinta-feira, 27 de agosto de 2020



DA TRADIÇÃO SINTO O GOSTO

Da tradição sinto o gosto do teu olhar,
Do planalto esse gosto da noncha madura,
O gosto do funje e muamba no paladar,
O teu sorriso no encanto da noite escura.

E desse teu olhar, sinto aquela saudade,
Ao som do batuque, todo esse teu encanto,
A coberto das palmeiras esse recanto,
Onde senti o teu sabor e a mocidade.

O âmbar da tua cor de sorriso terno,
O calor do teu corpo, sol do meu inverno,
Colhido nas madrugadas desse sertão.

Mulher encanto de toda essa natureza,
A simplicidade realça a tua beleza,
No sabor da comida a nossa recordação.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/



quarta-feira, 26 de agosto de 2020



MAIOR QUE A ESPERANÇA

Maior que a esperança é esta saudade,
Sempre traçada no tempo perdido,
Passado já longínquo que foi querido,
Os sonhos que trazem a mocidade.

Como um relâmpago, tudo se deu,
Mais rápido que o próprio pensamento,
Deixou preso no tempo o sentimento
E essa vida sonhada se perdeu.

No ódio, a maldade e a desilusão,
Sina traçada sem orientação,
Curso leve do tempo que morreu.

Toda a alegria foi grande tristeza,
Indiferente olhar da mãe Natureza,
No triste abandono do filho seu.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/

terça-feira, 25 de agosto de 2020



TEMPO VELOZ

Vida finita de único viver,
Lenta, descansa neste entardecer,
Traçando destinos da sua sorte,
A vida não cessa senão na morte.

Sem ter projetos de navegação,
Sem ter história, sem Deus ou oração,
Do Cântaro recolhe o sabor do vinho
E do ar, o cheiro do verde pinho.

E assim se vive para a eternidade,
Colhendo frutos desde a mocidade,
Na luta desigual pela conquista.

Surge no tempo o seu entardecer,
O verde pinho do seu padecer,
No correr do tempo a perder de vista.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 24 de agosto de 2020



MUNDO ENUMERADO DE FANTASIA

Cheiro essa tristeza no teu olhar,
Rosto traçado de mágoas ao luar,
Sente esse som que a brisa traz consigo,
O chamar constante do seu amigo.

Mundo enumerado de fantasia,
Com o cheiro de desventura tardia,
Onde o próprio Deus, dele se ausenta
E no seu trono, a desilusão se senta.

Por esse inverno, colhe-se a primavera,
Que o seu corpo sente e assim desespera,
Pela juventude ainda sentida.

E tudo ao seu redor, parece errado,
Com todo esse mistério assim guardado,
Na mente que se encontra dividida.

Carlos Cebolo



sexta-feira, 21 de agosto de 2020




FRUTA FRESCA

Da tua flor, beijo a pétala macia,
Essa maçã rosada do teu rosto,
Toque fresco, sabor a melancia,
Adocicado sabor do teu gosto.

Tua beleza refresca estas manhãs,
No amanhecer delicado e carente,
Lábios vermelhos, bagos de romã
Sopro de vida num coração quente.

Em ti, sinto o frescura do limão,
Travo adocicado da fresca lima,
Amor de água fresca na tua mão.

Do morango, o sabor do teu beijar,
O sabor e frescura que me anima,
Traça a jóia deste meu frágil sonhar.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/


quarta-feira, 19 de agosto de 2020




DOR ENGENDRADA

Chamam-me poeta mas não sou,
Da vida, a instrução adquirida,
Na poesia, um pouco me dou,
Retardando a minha partida.

Toca a vida serenamente,
Quem lê e compreende a poesia,
Amena a sua dor, quem a sente,
A dor da triste fantasia.

Por não ser poeta, sou errante,
Colho essas dores que o mundo sente,
Nesse olhar incerto e distante,
Legado que ficou na mente.

Poesia é o meu complementar,
Sem sentir dor ou solidão,
A dor que a poesia engendrar,
Será dor de outra condição.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/

terça-feira, 18 de agosto de 2020



ROSA TRISTE DO VASTO JARDIM

Colho-te na ilusão do momento,
Rosa triste do vasto jardim,
Canta o rouxinol tão perto assim,
Que sinto a dor do doce lamento.

Nessa ilusão, colho o meu pensar,
Por te querer, sinto-me enganado,
Por esse teu sorriso encantado
Que por mim entrou no meu sonhar.

No vasto jardim, água derramada,
Pérolas salgadas do teu chorar,
Forma a tristeza do meu amar,
Suave brilho de lua encantada.

Dourada é a fonte do teu olhar,
No jardim que é um pouco de mim,
Sinto-me perdido um pouco assim,
Por não te sentir neste meu sonhar.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/


sexta-feira, 14 de agosto de 2020




NOME INTEMPORAL

Em toda a parte senti e escrevi,
Em troncos de árvores, talhei o teu nome,
Ficou eterno o tempo que vivi,
A cor do teu olhar que me consome.

Aquele teu nome, sempre igual a ti,
A preto e branco ou nas cores celestiais,
Passa o tempo, mas não o que escrevi,
Sentiu-se dor, amores e muito mais.

Perpetuei teu nome no meu caderno,
Na pedra, nas árvores e nas areias
E mesmo na areia ele ficou eterno.

Com todo esse viver, haja o que houver,
Oiça eu, o belo canto das sereias,
Será sempre esse teu nome, mulher.

Carlos Cebolo

quinta-feira, 13 de agosto de 2020



SONHO AO LUAR

Brilha a lua na noite clara,
Espelha no mar o seu luar,
Lua cheia que a noite ampara,
Será rainha no eterno lar.

E serei rei neste meu sonhar,
No meu trono feito de marfim,
O amor virá para cá morar
E esta paixão não terá fim.

Sem perder fé e a confiança,
Sem lamentos e outros ais,
Recordo o tempo de criança.

Seria a morte o meu tormento,
Só um queixume e pouco mais
E logo mudava o sentimento.

Carlos Cebolo



sexta-feira, 7 de agosto de 2020




CAMINHOS MARÍTIMOS

À beira mar deitado tristemente,
Vejo gaivotas ao sabor do vento,
Levando o olhar para novo continente,
Olhando as ondas com outro sentimento.

Voz erguida naquela escuridão,
Os trágicos momentos de vã glória,
De um Neptuno que perde a condição,
Onde El Rei D. João II fez história.

O cabo das tormentas foi dobrado,
Toda a fúria deixou de ser tortura
E outro oceano foi assim navegado.

A cruz de Cristo nas velas levada,
Levou-se a fé, implantou-se a cultura
E a língua Lusa foi por lá lavrada.

Carlos Cebolo




quinta-feira, 6 de agosto de 2020



INDECISÕES

Se sei! Não sei se sei
Ou se finjo saber
Tudo que não terei
Neste meu padecer.
Escrevo sem criar
A obra que não nasce
E em todo este pensar
Só fica o meu desgaste.
Com todo este engano,
Fingindo o que não sei,
Apenas serei humano
Com tudo o que não criei.

Carlos Cebolo



terça-feira, 4 de agosto de 2020



RECANTOS DO DESEJO

Procuro em cada lugar, em todos os recantos,
Mais que o teu corpo, o impudor e esse desejo,
O teu sorrir, o destino e todos os encantos,
Quero o prazer do toque e o sabor do teu beijo.

Embarcar na caravela e ir muito mais além
Do tempo sem tempo ultrapassando essa dor,
Recordando um passado sem saber de quem
O terá vivido ou fingido esse grande amor.

Nada importa mais do que ter e dar prazer,
Colhendo mágoas na loucura que se deu,
Sem sentir o que é sentido por não se ter.

Nunca essa alheia vontade me tocou tanto,
Assim como ter o amor que nunca se perdeu,
Vai colhendo as pérolas deste meu triste pranto.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 3 de agosto de 2020



CAMINHOS

O tempo passa por mim e eu me comovo,
Sem usar todo o tempo que nos comanda,
Mundo velho em pensamento sempre novo,
Move o barco pelo rio por onde anda.

E o rio vai correndo direito ao mar
E pouco usamos esse tempo que temos,
Nesse esbanjar procuramos caminhar,
Percorrendo todos esses caminhos ermos.

Se por lá, for encontrado o grande amor,
Aquele amor que nos ilumina a vida,
Acende-se o fogo que alimenta o fervor.

Se ao contrário, o vento se formar gelado,
Deixando espelhar a imagem dividida,
Corre esse rio, pelo caminho errado.

Carlos Cebolo