AUSÊNCIA VIVA
(À Memória do meu
sogro)
Vejo-te deitado, sem alegria,
Teu olhar fixo num tempo sem fim,
Fechado nessa tua solidão.
Nesse teu inverno sem qualquer magia,
Teu olhar indiferente fixo em mim,
Mente vazia noutra dimensão.
Procuro sondar os teus sentimentos,
O passado que em ti, deixou de estar,
E esse futuro que já não existe,
Tomou conta de todos os teus momentos
E o teu mundo é apenas esse lar,
Onde te encontras parado e sempre triste.
Na esperança não existe a primavera,
Caminhamos todos para o mesmo fim,
Para o horizonte seco da memória.
Deixa-se a porta aberta nessa espera
E os vivos serão fantasmas assim,
Sem lembranças e sem qualquer história.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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