RETINA DA SAUDADE
Na retina da saudade,
Não encontrei os meus passos,
Nem sinais da mocidade,
Ou calor de outros abraços.
Não encontrei um amigo,
Amigo do antigamente,
Nem aquele meu doce abrigo,
Fiquei assim descontente.
Por mais que abra o meu olhar,
O que vejo só me ilude
E turva o meu caminhar,
Procurando a juventude.
Na retina da saudade,
Não recordo esses momentos,
O tempo ganhou idade
E com a idade, outros sentimentos.
Até a nossa praia deserta,
Onde trocamos desejos,
Fica agora em parte incerta,
Sem o calor dos nossos beijos.
Lágrimas turvam-me o olhar,
De uma época tão distante,
Que perturba o recordar,
De um momento tão marcante.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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