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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 3 de maio de 2010

PORTUGUESES ULTRAMARINOS – ESPOLIADOS DO ULTRAMAR




O querer e não poder chegou a vez de falar um pouco da grande fraude económica praticada por portugueses da metrópole aos portugueses ultramarinos. Já não bastava o escudo do Ultramar valer muito menos do que o escudo da Metrópole, sem se perceber bem o porquê, uma vez que a economia de Portugal estava solidamente apoiada nos produtos do Ultramar. O Ultramar mandava para Portugal produtos como a algodão, o café, O sisal, o cacau, o açúcar, o tabaco e madeiras de alta qualidade, além dos produtos minerais como ouro, ferro, cobre, talco, petróleo, prata, mármore, diamante e, recebia em troca, vinho, azeite, bacalhau e frutos secos como nozes, amêndoas e avelãs. É fácil perceber que o saldo económico seria muito favorável às províncias ultramarinas, mas não. O saldo destas, era incompreensivelmente sempre devedor. Neste contexto, a moeda ultramarina o “escudo”, era cotada muito abaixo da moeda da metrópole o “escudo”.Ambas com os dizeres República Portuguesa. Escudo por escudo só no nome. Era um roubo declarado que o governo da metrópole fazia. Dou um exemplo! Alguém que tivesse a sorte de acertar na lotaria nacional e que ganhasse naquele tempo 250.000 escudos, fosse em escudo da metrópole ou em escudo ultramarino, receberia os correspondentes 250.000 escudos. Não havia qualquer diferença, uma vez que o território era o mesmo. Tudo era Portugal. Assim, se o bilhete premiado fosse descontado nos representantes da Santa Casa da Misericórdia na metrópole recebia 250.000 escudos metropolitanos. Se o bilhete fosse descontado nos representantes da mesma Santa Casa sediadas nas províncias ultramarinas, recebia os mesmos 250.000 escudos ultramarinos. Só que trazidos para a metrópole, os escudos ultramarinos não valiam nada. E aqui é que estava o roubo. Apesar disto, os portugueses do ultramar que sempre tiveram um espírito de alta solidariedade, nunca se importaram com tal injustiça. No Ultramar não havia miséria e ninguém passava fome e acima de tudo, todos, independentemente de serem ou não nascidos nas províncias, eram acarinhados e ajudados assim que chegassem ao ultramar. Esta solidariedade era tão forte que ainda hoje, os nascidos na metrópole que viveram no ultramar, falam com grande saudade da enorme camaradagem e da verdadeira amizade que lá existia. Ninguém lutava por heranças, ninguém se zangava com familiares, amigos ou conhecidos por causa do dinheiro, ninguém negava um empréstimo fosse a quem fosse e, ninguém se preocupava em ter um título de dívida por tal empréstimo, pois sabia que quando fosse possível, o mesmo seria restituído. A confiança era total e não consta que alguém se tenha decepcionado com tais atitudes. Por isso, a grande maioria foi apanhada desprevenida, quando se deu o 25 de Abril. Aqueles, e não eram poucos, que tinham dinheiro depositado nos bancos portugueses, pois só bancos portugueses havia então no ultramar, não conseguiram levantar as suas economias, uma vez que a banca receava cair em situação económica difícil ou mesmo de falência, se autorizasse tais levantamentos. Assim, espoliaram milhares de portugueses de milhões de escudos, que até hoje, ainda não foi dado qualquer explicação, para onde foi, ou onde se encontra esse dinheiro. Alguém ficou com ele e o responsável é apenas um. Portugal. Assim, não se compreende a razão pela qual ainda não foram as contas saldadas pelo Estado. Os espoliados do ultramar estão representados por associações. Os de Angola pela AEANG  e os de Moçambique pela AEMO. Muitos destes espoliados infelizmente já faleceram, outros ainda estão vivos e de boa saúde. Mas mesmo os falecidos têm descendentes que os representam. O caso não está esquecido nem nunca poderá ser esquecido enquanto houver um português honesto no Mundo. Os partidos políticos portugueses, principalmente os da direita, em alturas de eleições falam nisto, mas não têm coragem de avançar com as medidas e propostas urgentes para avançar de uma vez por todas com as mais que justas indemnizações. Outros países da Europa, também com territórios em África, já resolveram este problema, compensando os seus cidadãos com as indemnizações justas e com um pedido de desculpas pelo sucedido. Portugal é o único que ainda o não vez. Até quando? As associações nossas representantes têm esperanças, mas de esperanças está o Mundo farto. Os espoliados do ultramar querem acima de tudo, responsabilidade, honestidade e sentido de justiça a quem nos governa. Já temos em todos os partidos, dirigentes nascidos ou provenientes das ditas províncias ultramarinas, é meio caminho andado para a resolução do problema. Falta o resto. Nas próximas eleições pensem nisto. Os espoliados que não se deixem enganar e estejam atentos, alertando e orientando os seus descendentes, pois o património deixado no ultramar português também é deles. Não queremos o que está lá. Apenas queremos o correspondente ao que lá foi deixado por culpa de uma descolonização desastrosa e irresponsável.

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