A TERRA DA FANTASIA
No país do faz
de conta, onde o sonho acontece muitas vezes, dando alegria a quem nele vive,
havia um lugar lindo chamado A Terra da Fantasia.
Na terra da
fantasia, onde viviam fadas e duendes, vivia também um feiticeiro que não
gostava de crianças.
Sempre que o
feiticeiro apanhasse uma criança, transformava-a em sapo e atirava-a para
dentro de um poço fundo.
As fadas viam
tudo, mas nada podiam fazer, pois tinham medo do feiticeiro.
Um dia, a fada
luzinha que andava a colher pólen das flores para comer, ouviu alguém chorar no
meio das flores.
Aproximou-se de
um malmequer branco e por baixo das suas pétalas, viu um pequeno duende que
estava sentado a chorar.
Querendo ajudar,
aproximou-se do duende e perguntou:
- Duende meu amigo, o que tens? Estás doente?
O duende que se
chamava Rusto respondeu:
- Não fada amiga, não estou doente.
- Estão porque choras? Perguntou a fada.
O duende muito
triste disse:
- Uma amiga minha, uma linda menina chamada
Mia, pediu-me para visitar a terra da fantasia. Eu acompanhei-a e quando cá
chegamos, o feiticeiro viu-a, transformou-a num sapo e prendeu-a no poço do seu
castelo. Eu vi tudo e nada pude fazer.
A fada ficou
triste e começou a chorar com o duende.
Nisto, apareceu
no pé da flor, uma joaninha vermelha com pintas pretas que vendo os seus amigos
a chorar falou:
- Não adianta
chorar que nada resolvem, temos de agir!
Agir como?
Perguntou a fada.
A joaninha deu
uma volta à flor e apareceu ao lado da fada e disse:
- Ouvi falar que
na floresta encantada que se encontra no centro da Terra da Fantasia, mora a
rainha da magia.
E continuou a
falar:
- O besouro dourado disse-me que a rainha da
magia é a única que pode vencer o feiticeiro.
A fada animada,
disse:
-Vamos duende,
vamos pedir ajuda à rainha da magia.
O duende triste
respondeu:
- Eu ia fada, mas não sei o caminho, já
procurei por todo o lado mas não encontrei o centro da terra da fantasia.
A joaninha que
ouvia com atenção a conversa dos dois amigos interrompeu:
- Eu sei o caminho,
a minha avó mostrou-me a entrada quando eu era pequenina e nunca a esqueci.
A fada e o
duende seguiram a joaninha e quando chegaram junto a um castanheiro, a joaninha
apontou para a árvore:
- É ali, aquele
buraco no tronco deste castanheiro é a entrada para o centro da Terra da
Fantasia.
Entraram pelo
buraco do castanheiro e viram uma escadaria. Desceram os degraus e depois de
muito andarem, chegaram a um lindo jardim.
À entrada do jardim, estava o besouro dourado
que perguntou:
- O que vos trás
por cá? O que procuram no centro da Terra da Fantasia?
A fada com medo
falou:
- Amigo besouro,
viemos à procura da rainha da magia.
- Para quê?
Perguntou o Besouro.
- A fada e o
duende contaram o que o feiticeiro tinha feito.
O Besouro ouviu com muita atenção e disse:
- A rainha já
sabe disso e estava à espera que alguém viesse pedir ajuda, pois a lei da
natureza não permite que ninguém intervenha por iniciativa própria. Tem que
haver um pedido de ajuda.
O Besouro
levantando voo disse:
- Esperem aqui
que eu já venho.
E desapareceu entre as flores.
Passado algum
tempo, o Besouro dourado apareceu e pediu à fada, ao duende e à joaninha para o
acompanharem.
Andaram pelo
meio das flores e chegaram a um lindo lago de águas azuis com nenúfares largos,
de um verde brilhante. No meio de um nenúfar, estava uma linda libelinha que o
besouro apresentou como sendo a rainha da Terra da Fantasia.
Luzinha contou
que um feiticeiro mau tinha transformado muitos meninos e meninas em sapos e
eles pediam ajuda para os salvar.
A rainha da
Terra da Fantasia pegou num frasquinho pequenino e deu à fada dizendo:
- Este frasco
tem um pó mágico muito forte. Leva-o e arranja maneira de deitar o pó na água
do feiticeiro. Quando ele a beber, dormira por muito tempo. Assim que o feiticeiro
estiver a dormir, queima o seu livro de magia que está em cima da mesa no
centro da sala e o seu poder desaparecerá.
Luzinha, Rusto e
a joaninha, agradeceram à rainha e voltaram para o prado de flores, junto ao
castelo do feiticeiro.
Numa altura em
que o feiticeiro resolveu dar uma volta pela terra da fantasia, o duende Rusto
que era muito corajoso, entrou no castelo e viu na cozinha um jarro com água.
Misturou o pó mágico com a água e escondeu-se.
Passado algum
tempo, o feiticeiro regressou e como vinha cheio de sede, bebeu um copo de água
do jarro.
Depois de beber
a água, sentiu muito sono. Sentou-se no sofá da sala e adormeceu.
Rusto, vendo que
o feiticeiro estava a dormir profundamente, chamou a fada luzinha e a joaninha.
Os três juntos,
procuraram o livro de magia e quando o encontraram, queimaram o livro no fogão
que o feiticeiro tinha sempre acesso na cozinha do castelo.
Quando o livro
se tornou em cinzas, ouviu-se um grande trovão e muitos relâmpagos e formou-se
uma grande tempestade.
Quando a
tempestade passou, os três amigos viram que o castelo tinha desaparecido e no
local estava um lindo jardim cheio de crianças a brincarem.
O duende
conheceu no meio das crianças a sua amiga Mia e viu que ela estava muito feliz
a brincar com as outras crianças, na Terra da Fantasia.
O feiticeiro foi
transformado num feio escaravelho negro e foi viver para debaixo da terra.
A terra da fantasia tornou-se num lindo lugar
cheio de crianças, de fadas e duendes e todos viveram felizes para sempre.
Carlos Cebolo
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