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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

JÔ E A FADA RAIO DE LUZ




JÔ E A FADA RAIO DE LUZ

No país do faz de conta, havia uma linda aldeia que ficava num vale onde corria um rio com águas claras e calmas, o rio nascia numa montanha muito alta que se via da aldeia e que os seus habitantes mais antigos, contavam haver sobre a mesma uma lenda.
Quando chegava a altura das chuvas, a montanha parecia atrair todos os raios que desciam do céu.
Os relâmpagos quando batiam na montanha, faziam um barulho que metia medo e durante todo esse tempo, os habitantes da aldeia fechavam-se nas suas casas e só saíam quando o tempo mudasse.
Jô, era um menino muito traquina e aventureiro que vivia com o seu avô desde os dois anos de idade. Os pais de Jô tinham morrido num acidente e o avô era a única família que ele tinha.
O Avô de Jô era um velhinho muito querido na aldeia, vivia da agricultura, mas como já era velho, pouco ou nada ganhava com o amanho da terra.
Jô que já tinha dez anos, depois da escola, ajudava o seu velho avô na pequena horta que tinham.
Como a casa do avô do Jô ficava perto do rio, eles aproveitavam a água do mesmo para regar as plantas e árvores de fruto que tinham em volta da casa.
Um dia, Jô pediu ao avô que lhe contasse a lenda da montanha que sempre ouviu falar, mas que ninguém sabia ao certo, contar.
O Avô depois de muito pensar disse:
 - Está bem meu neto. Acho que já tens idade para saberes a história da montanha.
Senta-te aqui ao pé de mim e ouve com atenção:
 - Como sabes, eu fui o segundo habitante desta aldeia. Quando para cá vim, apenas morava cá um eremita, conhecido como o velho da montanha, que infelizmente já faleceu. Foi ele que me contou a lenda.
- Diz a Lenda que no cimo da montanha, onde nasce o rio, vive uma fada que tem um dragão como animal de estimação. A fada anda sempre muito triste e chora todos os dias, pois vê como as pessoas são más umas para as outras e não compreende a razão de tanta maldade.
Das suas lágrimas nasceu este belo rio que corre pelas nossas terras e que nos mata a cede.
Nos dias em que a fada está mais triste, o seu amigo dragão chora com ela e deita raios pelo nariz. Esses raios são os relâmpagos que vemos nos dias de muita chuva. E o avô continuou:
 - Não sei se é verdade ou não. Mas o velho eremita dizia isto sempre com muito respeito e o certo é que ainda ninguém subiu à montanha, com medo do dragão.
O Avô acabou a história e disse:
 - Agora vamos dormir que já é tarde. Amanhã é um longo dia de trabalho na horta. Temos de colher as batatas, as favas e os feijões.
Jô foi para o seu quarto, mas não conseguiu dormir a pensar na história que o seu avô contou e começou a pensar:
 - E se fosse verdade? Como seria a fada? Se ela fosse má, já cá tinha vindo para nos castigar! Mas não! Ela deve ser boa! Pois até água nos dá!...
 E adormeceu a pensar na fada e no dragão da montanha.
Num dia lindo de primavera, acordou cedo, escreveu um bilhete ao avô que dizia:
 -Vou visitar a fada da montanha.
E lá foi ele. Começou a subir a montanha sempre junto ao rio e reparou que quanto mais subia, mais o rio ficava mais estreito.
Ao chegar ao cimo, viu que a água do rio saia de uma pequena gruta no meio de umas pedras, mas não viu vestígios da fada e do dragão.
Aproximou-se da gruta, bebeu um pouco de água e chamou pela fada:
 - Fada! Fada! Onde estás? Quero falar contigo!
De repente, o céu começou a ficar escuro e o menino com medo, escondeu-se na gruta. Começou a trovejar com relâmpagos e muita chuva e Jô reparou que os relâmpagos vinham do céu e batiam sempre no mesmo local, onde havia uma grande pedra que se encontrava à direita da gruta onde estava escondido.
Depois da tempestade passar, Jô saiu da gruta e ouviu uma voz muito suave no seu ouvido:
 - Chamaste-me? O que queres? Quem és tu?
Jô que estava com muito medo, encheu-se de coragem, olhou para o seu lado direito e viu uma linda menina muito pequenina, com asas de borboleta, sentada numa flor. A pequena menina estava rodeada por um arco de luz e falou novamente:
 - Sou a fada da montanha, chamo-me Raio de Luz e sou eu quem toma conta desta fonte. O que queres?
O menino respondeu:
 - O meu nome é Jô, vivo na aldeia lá em baixo e vim para te conhecer e agradecer pela água que nos dás.
A fada que sabia de tudo, disse:
 - Sei que os habitantes da aldeia têm medo de cá vir, mas eu não faço mal a ninguém, apenas não gosto que maltratem os animais e que destruam a Natureza.- Sei que és bom menino e o teu avô também é muito bom. Não deitam lixo para o rio e cuidam da Natureza sempre com muito carinho.
O menino que tinha perdido o medo perguntou:
 - E o teu dragão onde está? Também gostava de o conhecer?
A fada riu-se e disse:
 - Não tenho nenhum dragão. O barulho e os relâmpagos vêm da própria Natureza que reclama quando é mal tratada.
- E a fada continuou a falar:
 - Como és bom menino e vieste agradecer a água que a Natureza te dá, eu vou dar-te um presente. - Vai atrás daquela pedra onde caem os raios e apanha umas pedrinhas brancas; vermelhas e verdes que lá estão. - Leva - as e dá ao teu avô.
Jô, assim fez e quando voltou com as pedras já não encontrou a fada.
No local onde a fada estava, encontrou uma pedra escrita com raios de luz.
Na pedra dizia:
 - Estarei sempre contigo. Quando vires uma borboleta, poisada numa flor, pensa que poderei ser eu a tomar conta da Natureza.
O menino voltou para casa e entregou as pedras ao avô, contando a sua aventura.
O avô foi à cidade, vendeu algumas pedras que eram diamantes, rubis e esmeraldas e ficaram ricos.
Embora ricos, nunca deixaram de tratar da sua horta e de cuidar da Natureza em homenagem à fada Raio de Luz. E assim viveram felizes para sempre.
Perim pim pim, a história chegou ao fim.
                                                       
Carlos Cebolo








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