Acerca de mim

A minha foto
Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O COLIBRI E O ARCO IRIS

          

                   O COLIBRI E O ARCO-ÍRIS

Na floresta amazónica que fica ao norte do Brasil, num dia de primavera, nasceu numa família de colibris, um passarinho muito pequeno com um bico longo e fino.
O passarinho era idêntico aos seus irmãos no formato e no tamanho, mas era diferente na cor.
Os Pais e irmãos do passarinho tinham penas de várias cores, como a maioria dos colibris, mas ele era todo cinzento.
O colibri cinzento andava muito triste, pois era gozado pelos outros que lhe chamavam o feio cinzentão.
O bando de colibris saía todos os dias e voavam de flor em flor, colhendo o néctar do qual se alimentavam, sempre alegres e cheios de vida. Só o colibri cinzento ficava para trás e procurava sempre as flores mais escondidas para se alimentar, com vergonha da sua cor.
Um dia, apareceu na floresta uma linda borboleta, que trazia nas suas asas, as sete cores do arco-íris. Era realmente linda. Muito mais linda que os seus irmãos colibris.
O colibri cinzento, cheio de coragem, aproximou-se da borboleta e disse:
- Que lindas cores tens! Quem me dera a mim ter também essas cores vivas e brilhantes. Mas nasci cinzento o que posso fazer?
A linda borboleta vendo o colibri triste disse:
- Não fiques triste passarinho! Há uma maneira de mudares a tua vida! Luta pelo o que queres.
O colibri perguntou muito admirado:
- Lutar como? Eu já nasci com esta cor triste? Como poderei mudar a minha cor?
A borboleta deu uma volta pelas flores, bebeu mais um pouco de néctar e disse:
- Procura o arco-íris. No fim do arco-íris encontrarás um lago com águas claras e calmas. Mergulha nelas e vais ver que as tuas cores mudam. Foi assim que fiz!...E a borboleta voou à procura de outras flores, deixando o pequeno pássaro pensativo.
Num certo dia, o dia nasceu com uma chuva pequenina que molhava tudo e todos. O Bando de colibris estava protegido da chuva pelas folhas das árvores, à espera do nascer do Sol.
Quando apareceu o Sol a brilhar por entre as folhas das árvores, formou-se um lindo arco-íris ao fundo da floresta.
O colibri cinzento, lembrando-se das palavras da borboleta, preparou-se para ir até ao arco-íris.
Cheio de esperanças, voou em direção do lindo arco, mas quanto mais voava, mais o arco-íris parecia estar mais longe.
Cansado, poisou no ramo de uma árvore e sem querer, pensou em voz alta:
- Parecia estar tão perto? Estou a ver que nunca conseguirei lá chegar!
Nisto, ouviu uma voz que lhe perguntou:
- O que procuras amigo? Porque estás tão desanimado?
O pequeno colibri olhou para o lado e viu um pequeno pirilampo que estava abrigado debaixo de uma flor.
Com voz triste respondeu:
- Procuro o arco-íris, mas não consigo lá chegar, ele parece que foge de mim!
- E porque procuras o arco-íris? O que queres dele? Perguntou o pirilampo.
O cinzento colibri respondeu um pouco envergonhado:
- Queria mudar a minha cor, se eu mergulhar no lago que existe no fim do arco-íris, ficarei com as penas com as cores lindas que ele tem.
- E quem te disse tal coisa? Perguntou o pirilampo.

-Foi uma borboleta que encontrei na floresta onde vivo. Ela tem as cores do arco-íris nas suas asas. É tão linda!... Respondeu o colibri.
O pirilampo com pena do passarinho, disse:
-Talvez de possa ajudar!
O colibri cheio de esperança, perguntou rapidamente:
- Podes? Como? Ajuda-me por favor.
Pois bem. Disse o pirilampo:
 -Primeiro tens que beber o néctar das flores com as cores do arco-íris e por ordem. Só assim chegarás ao fim.
E perguntou:
- Sabes as cores do arco-íris?
O colibri cinzento muito envergonhado respondeu:
- Não!...
Então o pirilampo disse:
 - Toma nota das cores que te vou ensinar e do seu sentido. Não te esqueças! E quando beberes o néctar das flores por ordem, pensa no significado da cor da flor.
E o pirilampo continuou:
- O arco-íris é como um conjunto de lares onde mora a luz do Sol. Quando se unem, formam uma luz indefinida. A luz do sol tal e qual como a conhecemos e que chamamos luz branca. Mas quando se separam formam sete lares de cores diferentes:
- O vermelho representa a paixão que sentimos com as coisas boas;
- O laranja representa a ilusão que sentimos em certas alturas;
- O Amarelo, a lembrança das coisas boas e más que vivemos;
- O verde recorda-nos a esperança que deve sempre existir;
- O Azul recorda a água, o mar e os rios da terra;
- O Anil recorda-nos um lindo conto de encantar, O país das maravilhas;
- O Violeta representa o sétimo lar onde tudo pode acontecer.
Depois de explicar as cores ao colibri, o pirilampo disse:
- Agora vai à procura das flores e lembra-te do que te disse. Só assim chegarás ao fim do arco-íris.
O cinzento colibri levantou voo depois de agradecer ao pirilampo e foi cheio de esperanças à procura das flores.
Encontrou uma flor vermelha, bebeu o seu néctar e lembrou-se da paixão que sentia pela sua floresta e pela vida. Como é belo viver!
Voou por entre as árvores e encontrou uma flor laranja. Bebeu o seu néctar ao mesmo tempo que pensava na ilusão de viver num Mundo cheio de maldades. Por que razão os habitantes deste planeta eram maus uns para os outros?
Voando para o seu lado direito, encontrou uma flor amarela. Bebeu o néctar e lembrou-se como foi bom ter nascido, mas de repente lembrou-se também, como era mau ser marginalizado pela própria família, só por ser diferente.
Triste, o colibri deixou a flor amarela e foi à procura da flor verde. Voou por entre as árvores e encontrou um lindo rio. Na margem desse rio havia muitas flores e á beira da água estava uma com a forma de um jarro e de cor verde.
Aproximou-se da flor, bebeu o seu néctar e sentiu a esperança de um mundo melhor. Sem ódios, sem guerras e sem preconceitos.
Ao lado da flor verde estava uma flor azul.
Ao beber o néctar desta flor, o colibri recordou o rio de águas limpas que nascia na sua terra e que ia até ao mar. Como era linda a Natureza com os rios limpos.
O pequeno pássaro sentiu-se bem e alegre, voou para uma flor que estava ali perto e que tinha a cor anil.
Bebeu o seu néctar e sentiu-se no meio de um lindo conto de encantar. Entrou no país encantado do faz de conta e viu que tudo era belo.
O colibri adormeceu e sonhou com as coisas belas que via no país da imaginação.
No seu sonho apareceu o pirilampo que o acordou dizendo:
- Colibri! Acorda que o fim está próximo; só te falta a flor violeta.
O colibri acordou e viu que à sua frente estava um lindo lago e que no meio do lago estava uma flor violeta.
Voou até ela e bebeu o seu néctar.
Quando acabou de beber o néctar da flor violeta, viu que estava no fim do arco-íris e ouviu uma voz que lhe disse:
- Colibri! Chegaste ao sétimo lar, este é o local mágico onde tudo acontece. Mergulha nestas águas e o teu desejo será concedido.
O passarinho cinzento mergulhou e quando saiu das águas viu que as suas penas tinham as cores do arco – íris.
Na flor violeta estava o pirilampo que disse:
- Agora já não és o colibri cinzento. Mas sim o colibri arco-íris.
Muito feliz, o colibri voou para a sua floresta.
Na floresta do Amazonas, todos os anos, os colibris juntavam-se para eleger o pássaro mais bonito a quem davam o título de colibri real.
Quando estavam todos reunidos, apareceu o colibri arco-íris que se meteu no meio deles.
Todos ficaram encantados com tanta beleza e elegeram-no o colibri mais bonito da floresta e deram-lhe o título de colibri real.
Ainda hoje, nos países tropicais, os descendentes do colibri real sustentam nas suas penas as cores alegres do arco-íris.
Depois de conhecerem a história do colibri, todos concordaram que a beleza não se encontra no seu todo, mas sim nos pormenores. A luz do sol, só mostra a sua beleza depois de separada. E assim todos viveram felizes para sempre.

Carlos Cebolo


Sem comentários:

Enviar um comentário