DE LONGE
De longe!....
Olho-te com saudades…
Receio de te ver,
Saudades de te amar,
Esquecendo as maldades.
Sim!...
As maldades que teu povo praticou,
Escorraçando seu irmão,
Que aquela terra amou
E traz no coração o perdão.
De longe!...
Vejo o teu florescer…
O teu eterno caminhar,
O irmão negro a padecer,
O político a roubar.
Oiço o grito das zungueiras,
Na luta da sobrevivência,
Recordo as velhas mangueiras,
O imbondeiro e a inocência.
De longe!...
Vejo o irmão da mocidade,
A liberdade acorrentada,
A luta pela liberdade,
A juventude amordaçada.
De longe!...
Vejo o político enriquecer,
O povo a passar fome,
A juventude a morrer,
A tristeza que as consome.
De longe!...
Oiço o grito dos inocentes,
O batuque da saudade,
A vida que se retira.
Maldades inconscientes,
Proclamando a verdade,
No impor da mentira.
De longe!...
Oiço o teu grito de revolta,
No matar por matar,
A vontade que se solta,
Por não querer voltar!...
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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