ECO MUDO
Grito neste Mundo abafado,
O meu eco de solidão,
Este meu silêncio guardado,
Vagueia pela multidão,
Neste meu peito amargurado.
Minha alma grita a sua dor,
Aquela dor adormecida,
Da semente que quer ser flor,
Por esta vida esmorecida,
Dum verbo sem ter seu amor.
Anda pelas asas do tempo,
O meu grito que se escondeu,
Entre a recolha do fragmento,
Do forte eco que se perdeu,
Na procura do sentimento.
Eco p’ra sempre naufragado,
Na sua triste penitência,
Procura o grito desvairado,
Por entre a sua turbulência,
Sem nunca se ter encontrado.
Rumou, sem ter posteridade,
Semeando a sua desgraça,
Entre os gritos de liberdade,
Nesta vida por onde passa,
Os ecos da fraternidade.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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