SECA
Não chove! Apenas há silêncio que se deixa ouvir,
Naquele triste sentimento cego de uma alma viúva,
Entre o sossego onde o céu também parece dormir,
Nas gotas miúdas do orvalho que não chega a ser chuva.
À noite ouve-se o sussurrar do vento no seu lamento,
Nada em mim sente essa nostalgia criada assim,
Que a própria terra diz sentir com esse frio vento
E como um grande desejo, a chuva sentida em mim.
O céu límpido de espessa nuvem, só transporta geada,
A geada que tomou conta dessa alma atormentada,
Desta terra seca, sem ter a chuva desejada.
Não há ruído que se deixe ouvir mesmo sussurrando…
Nascentes ávidas nesse lumiar da madrugada,
Procuram beber essas fracas gotas do seu pranto.
Carlos Cebolo
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