SILÊNCIO
E na noite onde tudo acontece,
O silêncio faz-se ouvir,
Naquela despedida que não aconteceu.
O próprio corpo, com a alma, estremece,
Nas palavras por dizer que ferem o sentir,
De uma dor que ainda não adormeceu.
Talvez o grito não se deixe ouvir,
Naquela dor que não se quer sentir.
Nesse sufoco do seu corpo solto,
Escreve-se em desejos de loucura,
Nas noites eternas por dormir.
O fel da solidão que se deixa verter revolto,
No desalento das madrugadas sem ternura,
Cobrem o pranto velado desse sentir.
O canto da noite se torna solidão
E embriaga-lhe no sonho da ilusão.
Nesse abismo do seu sonhar,
O silêncio que se faz sentir,
Fere a alma perdida no tempo.
Nesse despertar da aurora no triste acordar,
Sopra a quente brisa que se faz emergir,
Deixando bem perto o seu desalento.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário