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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 27 de julho de 2018



NOITE DE BATUCADA – RENOVA-SE A ESPERANÇA

Cai a noite é com ela o silêncio triste…
Um delírio febril atinge a sanzala
Com aquele chorar do quissanje
Que a pura alma não lhe resiste.
Gemem as marimbas em mãos ágeis
E aquele feminino corpo se embala
Na perfeita melodia que o batuque tange.
Ondulam as palmeiras nervosas e gementes,
Ao ritmo daqueles corpos quentes
Das virgens que nessa fortaleza, são frágeis.

Sangra a virgem aquele vermelho lume
E entre aquela gente, não há ciúme
Que faça sofrer um jovem coração.
Raça triste que se mostra sempre alegre
E a negrura da pele se confunde com a escuridão,
Como toda aquela alegria, só faz esquecer a escravidão
Do passado presente que o mundo ignora.

Povo submisso a seus iguais, no íntimo de raça brava,
Dança ao som voluptuoso da música escrava.

É noite de batucada com toda aquele desventura,
Onde a virgem oferece o seu corpo na noite escura.

Naquele bailar estonteante que enaltece a raça
De um povo que a própria doçura abraça.

Nas noites quentes do sertão,
Aquela chuva que molda o pano
À escultura corporal que abraça o coração
E naquele desespero sentido, ilude o próprio engano.

Por entre as sombras tristes das grandes palmeiras,
Arrepia o caminho, imitando as trepadeiras.

Prossegue o batuque pela quente noite fora
E já com aquela dormência da luxúria que desmaia,
Adoram a noite que aos poucos se vai embora.

Nasce o dia de uma nova aventurança
E aquele povo sente novamente a velha esperança.

Carlos Cebolo


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