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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

segunda-feira, 26 de novembro de 2018




SERVIDÃO

Depois dos tempos desgastados,
Depois das noites sem dormir,
Guardando lágrimas vestidas,
Todos os sonhos desenganados,
Mágoas guardadas no sentir,
Todas as coisas foram esquecidas.

Tudo o que o amor faz é sem remédio,
Sem razão de longa experiência,
Loucuras e desejos tristes,
Que aumentam na vida o seu tédio,
Povoando no tempo a ausência,
De não amar a quem servistes.

Muda-se o tempo e a vontade,
Muda-se o Ser e a condição,
Sem se mudar o amor sentido,
Sem se sentir essa igualdade,
Não se ergue esse amor do chão,
Guardando o coração ferido.

Carlos Cebolo



sexta-feira, 23 de novembro de 2018




OLHAR SOBRE O SERTÃO

A lua lança o seu olhar sobre o sertão,
Naquele caminhar, lembrando a solidão,
Enquanto a maré sai do seu pedestal,
Subindo o rio, inundando o canavial.
As ondas do mar alto com o seu beijar,
Num conjunto perfeito de encontro ao luar,
Brilha no teu corpo na nudez sentida,
Apagando os sinais da tua partida.
Todo o encanto do mundo que se perdeu,
O calor sentido do amor que foi meu,
Naquele triste luar chamando a madrugada,
O canto daquela vida desgraçada.
Canta a coruja no seu velho campanário,
Sempre a mesma ladainha do rosário,
Presságio da tristeza há muito sentida,
No caminhar dorido, antes da partida.
Em tudo se reclama o choro da virgem
E todo o medo provoca essa vertigem.
A solidão acompanha o corpo doente
E no sertão, o frio agreste se sente.

Carlos Cebolo



quarta-feira, 21 de novembro de 2018



CAMINHOS LONGOS

Quando o Sol acordar no seu poiso nascente,
As tristes sombras nuas com seus pés descalços,
Traçam seus caminhos naquele tapete verde,
Vencidos dessa altivez que já não se sente
Na raça de um nobre povo com os seus percalços,
Entre desertos povoando, matando a sede.

Triste comitiva pisando esse caminho,
Estreitos na revolta de uma longa vida,
Traçando esse futuro sem qualquer destino,
Sentindo essa escravidão sem qualquer carinho,
Sendo esse triste caminhar apenas de ida
Naquela terra de promessa e desatino.

Neste mundo cão, não existe humanidade,
Nessa ânsia de encontrar a terra prometida,
Pés descalços percorrem caminhos distantes,
Onde o próprio Sol, na tez nua forma a idade,
Nos corpos jovens com a mocidade perdida,
No rude sofrer de tristes comediantes.

Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/


terça-feira, 20 de novembro de 2018



FORÇA DO AMOR

Invisível é a força do amor,
Por onde ficou a esperança,
Os momentos de uma lembrança,
Retidos com todo o fervor.

Ditosos sentidos adiados,
Nesse mar de coito invertido,
Entre docas de amores guardados,
Frustrado amor não consentido.

E o Romeu assim padeceu,
Na lembrança dessa Julieta,
Daquele amor que floresceu.

Canta o sábio essa resistência,
Pintada com essa cor violeta,
Por onde se perdeu a inocência.

Carlos Cebolo


sexta-feira, 16 de novembro de 2018


DEMÊNCIA

 

Oh! Como corre a vida ano após ano;

Ausência na peregrinação minha,

Na longa decadência que caminha,

Por essa esperança de tão puro engano.

 

Gasta-se a idade, aumentando o seu dano,

No elixir da vida que se adivinha,

Colhendo a esperança que ainda se tinha,

No corpo caduco do Ser humano.

 

Em queda constante perde-se a esperança,

No caminhar, onde a vida padece

E deixa esmorecer a confiança.

 

Na procura do bem que não se alcança,

Essa vontade que aos poucos falece,

Recorda esse tempo em que foi criança.

 

Carlos Cebolo


 

 

segunda-feira, 5 de novembro de 2018


NÃO FOI ASSIM

 

Não foi assim quando adormeci,

Não foi assim, quando por ti chorei,

Não recordo o dia em que nasci,

 Mas recordo o dia em que te amei,

O dia em que te conheci.

 

Foi em alvoroço que gritei por mim,

Entre nuvens transparentes do meu ser

Naquela alegria que senti assim,

Como senti num fim, um novo renascer,

De uma aguarela alegre, cor de carmim.

 

Não foi assim que me entendi,

Quando de ti, senti todo aquele calor

Do movimento sensual que verti,

Com aquele estender do teu fervor,

No esquecimento do que sofri.

 

Não foi assim que te imaginei,

Na luxuria dos sentidos de um amanhecer,

Com lágrimas soltas que então chorei,

Por sentir em mim, o amor renascer

E gritar bem alto que adorei.


Não foi tristeza o que senti

No calor presente da tua entrega

Que me fez esquecer tudo o que sofri,

A dor que a minha alma ainda carrega

E o grito incessante a chamar por ti.

 

Não foi dor nem sofrimento,

Aquele toque de carícia e desejo,

Que inundou o meu pensamento,

Toque suave do teu doce beijo

Que me fará lembrar o belo momento.

 

Carlos Cebolo