OLHAR SOBRE O
SERTÃO
A lua lança o seu olhar sobre o sertão,
Naquele caminhar, lembrando a solidão,
Enquanto a maré sai do seu pedestal,
Subindo o rio, inundando o canavial.
As ondas do mar alto com o seu beijar,
Num conjunto perfeito de encontro ao luar,
Brilha no teu corpo na nudez sentida,
Apagando os sinais da tua partida.
Todo o encanto do mundo que se perdeu,
O calor sentido do amor que foi meu,
Naquele triste luar chamando a madrugada,
O canto daquela vida desgraçada.
Canta a coruja no seu velho campanário,
Sempre a mesma ladainha do rosário,
Presságio da tristeza há muito sentida,
No caminhar dorido, antes da partida.
Em tudo se reclama o choro da virgem
E todo o medo provoca essa vertigem.
A solidão acompanha o corpo doente
E no sertão, o frio agreste se sente.
Carlos Cebolo
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