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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

terça-feira, 30 de junho de 2020



HUMANIDADE

Ouve-se o tic-tac do relógio da torre,
No mundo nem todos marcam a mesma hora,
O destino marca a hora no seu fuso,
Apesar do planeta ser apenas um.
Assim se mostra a diferença,
Num universo de cores, culturas e desafios,
Sente-se a universalidade do nascer e morrer.

Não! Não existe outro conceito de humanidade,
Outra cor do sangue e outra anatomia,
Todos respiramos da mesma maneira
E na eternidade, a mesma igualdade vivida.
Toca-nos a mesma raça, o mesmo povo,
Toca-nos o pensamento e os sentimentos,
A cor, a linguagem e a nacionalidade,
Não passam de pormenores de um fuso
Na imensidão da raça humana.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 29 de junho de 2020



AUSÊNCIA

Triste e escura é a noite,
O céu sem estrelar e sem luar,
Afasta a luz dos teus olhos
E solta as lágrimas do teu sorriso
Salgando o gosto dos teus seios.

Na vida espera-se pelo luar,
Traça-se o destino que não se segue
Pesam-te as pálpebras da memória
E o peso dos teus ombros
Fazem-te esquecer todas as ausências.

Carlos Cebolo


sexta-feira, 26 de junho de 2020



ESCALADA

Voa a borboleta no seu bailado,
Asas abertas sem poisar no chão,
Na escala da canção sai disparado,
Todo aquele bailado da perfeição.

E fica exposta ao declive da encosta.,
Na escalada dessa respiração,
Esse silêncio que aprecia e gosta,
É amor plantado no coração.

Para o céu dirige o seu terno olhar,
No vento traça a sua direcção,
Na escalada do amor vai caminhar,
No bater das asas a sensação.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 24 de junho de 2020



A VERDADE DO SILÊNCIO

O grande amor não nasce do nada,
Em qualquer canto pode nascer,
Como uma flor bela e desgarrada,
No calor do sol vai florescer.

Seu recanto será infinito,
Neste mundo cheio de ilusões,
Das rosas murchas ouvem-se o grito,
Porta aberta dessas sensações.

Teu perfume corre-te no peito,
Nessa cor púrpura do teu olhar,
O amor alimenta-se a seu jeito,
No silêncio do seu caminhar.

Outro sentimento vai nascer
E tudo deixa de ser vaidade,
O amor que julgava merecer,
Ficou no silêncio da verdade.

Carlos Cebolo




segunda-feira, 22 de junho de 2020



NEM TUDO É ILUSÃO

Sem estar contigo, construo a solidão.
A solidão que deixa marcas na alma
E junto pedaços de imagens ao acaso.

Pequenos gestos guardados na mão,
Que durante as noites frias me acalma,
Lembrando que a vida atingiu o seu ocaso.

O pôr-do-sol na natureza é continuidade,
Mas na vida que a primavera elimine a escuridão
E deixe ouvir os murmúrios do sol nascente.

Quero sentir o desejo da tua fragilidade
E eliminar a nuvem do destino dessa solidão
Que em ti se fixou de uma forma permanente.

Esse vento que sopra por dentro de uma vida,
Mostra um pouco o futuro cego da imaginação
Que nos arrasta para uma outra nova realidade.

A brevidade nem sempre se torna sentida
E o que parece ilusão, pode ser uma nova sensação
Que arrasta o sentimento de uma nova felicidade.

Carlos Cebolo




quinta-feira, 18 de junho de 2020



DESTINO

O meu querer ilude-me o pensamento,
Na busca dos passos que me faltam,
Todos os temporais da alma se excitam,
No olhar uníssimo do sentimento.

Nos teus lábios se prende o meu olhar,
Como se fosse essa a única razão
Que provoca toda esta confusão,
No destino deste meu caminhar.

Deste destino, só inquietação,
Não vejo no horizonte outro desejo,
A não ser esse sabor do teu beijo.

Se em tudo se eliminar a obrigação,
Pensando ser apenas o destino,
Tudo será belo, como imagino.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 17 de junho de 2020




METAMORFOSE DE UMA VIDA

Depois da noite,
Desenho o riso que me acorda
Olhando o teu lugar vazio,
Tão oco como a tua vontade
Em manter o espaço aquecido.

A minha sede não se extingue
E a tentativa em quebrar a melancolia,
Reforça a taça da celebração
Por onde absorvo gotas,
Sem confidências e sem choro.

Na decadência das palavras trocadas,
Recordo o gesto dos dedos teus,
Erguendo a haste do prazer,
Na glória dos tempos passados
Que na tua vontade se perdeu.

Será isto a fronteira da loucura?
Onde o néctar perde o seu sabor
Naquele brilho sem movimento
Por onde o amor de perdeu?
Ou será a simples dúvida de uma inquietação.

O sentir, faz oscilar o eixo da vontade
E o velho celeiro ainda sustenta as emoções
De um passado que deixou de ser juventude,
Mas que atingiu a firmeza nas emoções do desejo,
Na dissipação de qualquer metamorfose,
Deixando soltar o grito da tensa respiração.

Carlos Cebolo


terça-feira, 16 de junho de 2020



ONTEM, HOJE E AMANHÃ

Como o sol não traz com ele somente a felicidade,
Mas também a doce esperança em saborear o teu beijo,
No calor do verão o ego se enche de um forte desejo
E esse teu esplendor transporta a fria hostilidade.

O outono sacode esta vida numa ânsia diferente
E a primeira aragem da manhã anuncia o inverno,
Do que já teve valor e deixou de ser eterno,
Esses momentos de uma juventude inconsequente.

Ontem eras música, luz e um momento de alegria,
Se hoje és fortaleza isenta de outras emoções,
Amanhã serás ternura e esse símbolo de magia.

Seremos castelos construídos dentro de nós,
Horas solitárias em tantas outras construções,
Mas temos essa certeza de não estarmos sós.

Carlos Cebolo


segunda-feira, 15 de junho de 2020



ROSEIRAS FLORIDAS

O jardim é aberto entre roseiras floridas,
Um reino no futuro da felicidade,
Que se fechou com o passar da mocidade,
São folhas caídas nas horas invertidas.

No ciclo da vida há várias primaveras,
Um respirar diferente em cada recordação,
Desejos inseguros em cada ocasião,
Que o pecado oculta nessa alma que encerras.

Imagens passadas que no olhar se abrem,
Numa desventura que se tornou desejo,
Querer ardiloso do sabor do teu beijo,
Sobras dessa imagem que meus olhos bebem.

Ferida aberta que no passado não se fechou,
O tempo e a distância não se fazem esquecer
E o beijo sentido não deixa arrefecer,
O sentimento fechado que se criou.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 12 de junho de 2020







LABIRINTO

Na tua ausência, abre-se a agonia da tempestade
Por onde a ilusão se dissipou como a corrente
De um ar rarefeito, deixando a sua saudade.

O amor guardado num compartimento vazio
Que a vida rejeitou e a própria alma consente,
Transforma em clausura esse ambiente já frio.

No teu silêncio, oiço a secura do teu beijar
E o cheiro a bálsamo que do teu corpo se ausentou,
Na frigidez sentida, espalhada pelo ar.

Para além do humano, os deuses se dissiparam,
Entre fronteiras de um Olimpo que pouco durou,
No labirinto onde os nossos amores se cruzaram.

Carlos Cebolo



quinta-feira, 11 de junho de 2020



SUAVE PECADO

Caminhos pintados de mil cores,
Labirinto da vida perdida,
Que vai passando sem seus amores,
Toda a hora é triste na despedida.

Este tempo se tornou pesado,
Na leveza que ele próprio contém,
Nada mais por cá será passado,
Nem a mesma forma se mantém.

No passado ficou a saudade,
O presente traduz emoção,
O teu amor traz-me mocidade
E acalenta este meu coração.

A força do querer se mantém,
Toda esta ansiedade sem te ver,
Querer ir um pouco mais além,
Entre os teus seios adormecer.

Carlos Cebolo



terça-feira, 9 de junho de 2020



DESVENTURADA VIDA

Por estranhos caminhos vai a solidão,
A vida, tem-na como herança inesperada,
Sonhos eternos despertos de uma paixão,
Onde a noite demora a se tornar madrugada.

Esse livro fechado que aos poucos se abre,
São caminhos traçados de nova aventura,
Coração aberto com a ponta de um sabre,
Que o triste destino traçou na desventura.

Os pensativos e eternos amores guardados,
Sem esse esperado alcance transcendente,
Não deixam de ser enganos então sonhados.

Caminha a solidão em várias direcções,
Como folha já lida no interior da mente,
Voa ao sabor do tempo e suas emoções.

Carlos Cebolo






segunda-feira, 8 de junho de 2020



A MINHA TERRA TEM VÁRIAS CORES

A minha terra tem várias cores,
Branco alvo da flor do algodão,
Perfume negro, café torrado,
O ocre da terra com seus odores,
A flor da acácia, vermelhas são,
Com esse seu aroma perfumado.

A minha terra tem várias cores,
O céu prateado à noite estrelado,
Esse azul do mar em calmaria,
O verde floral e seus amores
E o Pôr-do-sol com brilho dourado,
Tinge de púrpura a noite tardia.

A minha terra tem várias cores,
A tua cor castanha, o encanto meu,
O bege que o belo deserto pintou,
Todo esse encanto dos teus amores,
Carmim pintado nos lábios teus,
São as cores lindas que o mundo amou.

Carlos Cebolo


quinta-feira, 4 de junho de 2020



SENHOR DO DESTINO

No conjunto dos instantes, a máscara,
O filtro que os nossos lábios trocaram,
No olhar de solidão protege a cara
E mata os sonhos que se edificaram.

Deuses cegos fora do celestial,
Que provocam amores não realizados,
Compondo sonetos de dor carnal,
Dissipando a esperança dos desgraçados.

Quem és tu, senhor do nosso destino,
Cuja luz se dissipa ao fim do dia
E o teu som provoca esse desatino,
Colhendo de nós a ínfima alegria?

Por um instante pensaste no amor!
Sonhos perdidos antes de os ter!
Criaste este labirinto de dor
E do amor, colheste todo o prazer.

Carlos Cebolo




quarta-feira, 3 de junho de 2020



O PERFUME DA TUA COR

Abre-se essa agoniada da tua ausência,
Respiro saudades do teu amor,
Entre cores talhadas dessa inocência,
Oiço esse perfume da tua cor.

Chamas por mim na dor do teu silêncio,
Repito o teu nome nessa clausura,
Entre feitiços, crenças e auspícios,
Bebo as cores de toda a tua ternura.

Em mim, foste um temporal de emoções,
Cálice onde se fabricou o éter do amor,
Local cheio de vida e sensações,
O belo fruto cheio de sabor.

Foste terra, mãe e sabedoria,
Foste o passado desse impulso antigo,
Com sua tristeza, dor e alegria,
Instante solitário de um abrigo.

De ti, não perco aquele doce sabor,
Nem o fel destilado das entranhas
De quem, em teu nome, implantou a dor,
Plantando sombras e coisas estranhas.

Carlos Cebolo



segunda-feira, 1 de junho de 2020



FLOR MATINAL

A flor matinal da vida vai alta,
Tão alta e inconstante confirmação,
Que o futuro dita a imaginação
E no interior da alma tu fazes- me falta.

A brevidade é somente um momento,
Que muitas vezes é uma longa linha,
Como essa madrugada tua e minha,
Que no sonhar diz sim ao sentimento.

Minha mente suporta essa ilusão,
Sonâmbulo, em sonhos chamo por ti,
Lembro aquilo que ainda não senti,
Afagando esta minha solidão.

São olheiras sofridas desse amor,
No sentido do teu esquecimento,
Melancolia desse sentimento,
Que na memória se transforma em dor.

Carlos Cebolo