METAMORFOSE DE UMA
VIDA
Depois da noite,
Desenho o riso que me acorda
Olhando o teu lugar vazio,
Tão oco como a tua vontade
Em manter o espaço aquecido.
A minha sede não se extingue
E a tentativa em quebrar a melancolia,
Reforça a taça da celebração
Por onde absorvo gotas,
Sem confidências e sem choro.
Na decadência das palavras trocadas,
Recordo o gesto dos dedos teus,
Erguendo a haste do prazer,
Na glória dos tempos passados
Que na tua vontade se perdeu.
Será isto a fronteira da loucura?
Onde o néctar perde o seu sabor
Naquele brilho sem movimento
Por onde o amor de perdeu?
Ou será a simples dúvida de uma inquietação.
O sentir, faz oscilar o eixo da vontade
E o velho celeiro ainda sustenta as emoções
De um passado que deixou de ser juventude,
Mas que atingiu a firmeza nas emoções do desejo,
Na dissipação de qualquer metamorfose,
Deixando soltar o grito da tensa respiração.
Carlos Cebolo
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