AUSÊNCIA
A ausência é como a noite escura,
O céu sem estrelas, onde a luz do dia se deita,
Encerrando teus olhos com gotas de ternura,
Escondendo a dor que o corpo triste aceita.
Linha do horizonte onde os teus ecos já não se ouvem,
De tão frios se encontrarem com todas as ausências,
Num esquecimento onde o amor ficou retido.
Estranhas memórias de um tempo que ficou além,
Tolhido na humidade invernosa que turva as consciências
E o halo de um inseto que se manteve escondido.
É como a noite se transformasse em triste solidão,
Sem o astro que à escuridão empresta a luz,
Que faz nascer a esperança do desassossegado coração
E como cristal secreto, a própria timidez seduz.
Por um instante, deixas de olhar o horizonte que se baixa
Naquele limbo que te atormenta a vida,
Vencendo o peso da dor, onde a própria ausência se
encaixa
E segues em frente, liberta pelo grito da despedida.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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