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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

USOS E COSTUMES – DIREITO DAS MULHERES



Continuando com o tema usos e costumes, o Querer e não Poder vai hoje fazer um pequeno resumo, procurando chamar a atenção para dois temas muito controversos, que teimam em se manter em voga em certos países de África e Médio Oriente. A condenação à morte por apedrejamento e a excisão, cujas vítimas são exclusivamente mulheres. O Irão/Iraque, antiga Pérsia, já foi justamente considerada como sendo o berço da civilização, pois foi nesta zona do globo que o ser humano criou as primeiras cidades, inventou a escrita e implementou códigos de conduta. Contudo há usos e costumes, que pela força dos tempos se tornaram leis, que já há muito deveriam ter seguido o exemplo da humanidade e evoluir, aproveitando-se o bom e excluir ou modificando-se o mau. È o caso do apedrejamento da mulher adultera até à morte. Quem não se lembra do famoso caso de Madalena, condenada à morte por esta prática e que Jesus Cristo salvou, fazendo apenas uma simples pergunta.”Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra”. E segundo a Bíblia, ninguém teve coragem para atirar a primeira pedra e Madalena foi salva de uma morte horrível. Recentemente, dois mil anos depois, Uma mulher de nome Sakieh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos de idade, foi condenada à morte por lapidação, que consiste em enterrar a mulher até à cintura e depois atirarem pedras para a ferir até à morte. Que coisa mais bárbara. E mais grave ainda é que o crime foi apenas e só, uma suspeita de adultério. Como esta senhora, também outras têm sido mortas do mesmo modo e pelo mesmo motivo. Verifica-se que por esses lados a mulher continua a não ter qualquer valor como ser humano. Será que a religião por lá praticada é um entrave para a equiparação mais que justa entre o masculino e o feminino? Será que em pleno século XXI, o homem habitante ou natural do antigo berço da civilização, ainda continua a pensar como no primeiro século? Ou será que há algo mais que o não deixa evoluir? Esta famigerada lei/costume, infelizmente também se aplica em certos países Africanos e o grave é que também nesses países, por coincidência, se pratica como culto a mesma religião. Não quero aqui condenar a religião que, pelo que sei, nada tem a ver com tais práticas, mas condeno o homem que se aproveita a religião, interpretando-a segundo a sua conveniência, mantendo leis apenas dirigidas para a condenação da mulher, procurando assim elevar o sexo masculino. A par desta lei, existe outra, que também muito tem preocupado o Mundo civilizado. É o caso da Amputação genital feminina que também é praticada como uso e costume, principalmente em certos países do centro de África e Médio Oriente. O costume de cortar o clítoris, culpando a civilização e o uso e de um povo, não é motivo suficiente para se privar a mulher de um órgão importante no seu desempenho sexual. Se tivermos em conta que nessa mesma cultura é lícito o homem ter várias mulheres como esposas, ainda mais grave se torna esta aberração chamada de uso e costume de um povo possuidor de tal cultura milenar. O homem e a mulher, como seres humanos são iguais e ser iguais, não é só ter o mesmo aspecto físico mas também e acima de tudo, ter direitos iguais. Não compreendo e, aqui não venham falar em nome de uma cultura, pois não pode e não deve existir cultura que faça distinção sexual entre o masculino e o feminino. Ou peno menos, não pode ser chamado de cultura. A ideia de que ao homem tudo é permitido e à mulher tudo lhe é negado, não pode ter cabimento no Mundo moderno. Caso contrário, estamos a contrariar a própria natureza da evolução humana que nos diferenciou dos restantes animais. O animal chamado irracional, não faz diferença entre sexos, dentro da mesma espécie. Então qual a razão do homem, animal considerado racional o Fazer? Por certo só pode ser por maldade pura que nada tem a ver com cultura de um povo. O Povo merece maior e melhor respeito e, quando se fala em povo, não se está a referir apenas ao sexo masculino, mas também ao feminino. Estes dois usos e costumes bárbaros, a morte por apedrejamento e a mutilação genital feminina, apenas se praticam em culturas atrasadas, onde o intelecto humano não se desenvolveu ao ponto de considerar igualdade entre os sexos. Nestas culturas, o homem, fisicamente mais forte, continua a impor uma escravatura à mulher, que por viver num regime rígido, ainda não se libertou da sua condição de inferior. O medo, a insegurança de uma vida economicamente independente é o grande motivo para esta aparente aceitação da mulher, embora forçada, de tal regime. No dia em que as amarras se soltarem, a mulher viverá muito mais infeliz e o Mundo fica muito melhor. Vamos todos dizer não a estas práticas desumanas, vamos todos apelar pela verdadeira libertação da mulher, pela mais que justa igualdade entre sexos. Ao Irão, vamos todos apelar que mostre ao Mundo que o povo Muçulmano não é bárbaro e que é tão evoluído como o resto do Mundo civilizado, salvando Sakieh Ashtiani de uma condenação que apenas aconteceu por ser mulher.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA


Não vamos fazer orelhas mocas; não vamos dizer que isto não me diz respeito; nem tão pouco vamos pensar que só acontece com os menos cultos. Não!... Não é verdade. A violência doméstica existe em todas as classes sociais e, existe em maior número do que se pensa existir. Prova disto mesmo é o caso passado com Isaura Morais, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, relatado na revista “Maria” referente à semana de 15 a 21 de Agosto do corrente ano. Este flagelo, ainda visto em certos lares e famílias como um caso normal, simples arrufos entre marido e mulher, onde ainda está em voga o velho e triste ditado popular de “ entre marido e mulher não metas a colher”, é bastante anormal, sério e preocupante, para se deixar passar em claro. A coragem de Isaura Morais é o exemplo a seguir por todos aqueles que são vítimas de violência. Toda a violência, seja ela qual for, deve ser banida, custe o que custar. Infelizmente ouve-se com muita frequência cenas de violência contra os idosos, contra as crianças, contra os animais indefesos e principalmente contra a própria companheira ou companheiro. Digo companheiro, porque embora na maioria dos casos a vítima seja a mulher, também há vítimas entre os homens; entre as crianças; entre os idosos; portadores ou não de deficiências. A violência não é apenas física, mas também psíquica e muitas vezes, a violência dirigida através de palavras ou actos, é muito pior do que a física., contudo menos visível. Mas não é por isso que deve ser menos condenável. Todos os actos de violência devem ser combatidos energicamente sem se preocupar em olhar para a classe social dos intervenientes. O crime de violência doméstica é considerado por lei, um crime público e por isso, qualquer pessoa que dele tenha conhecimento, tem o dever de o denunciar. E se o conhecedor pertencer às forças policiais ou ao funcionalismo público, esse dever passa automaticamente a ser uma obrigação. Este crime está previsto na lei nº 59/2007 no seu artigo 152º. Contudo, por lapso ou por flexibilidade da própria lei, a referida revista destaca neste artigo um problema que tem toda a urgência em ser resolvido. O artigo diz: - “Por um lado, temos quase todos os dias notícias relacionadas aos direitos das vítimas, mas por outro temos um sistema que não é capaz de protegê-las.” Segundo a “UMAR” – União de Mulheres Alternativa e Resposta, grande parte das mulheres assassinadas tinham recorrido ao sistema judicial. São mulheres que denunciaram a sua situação e pediram por várias vezes apoio aos Tribunais, mas o sistema não foi capaz de as proteger. E o mais grave ainda é o facto de os agressores serem detidos e depois da audição, sair em liberdade, sendo o processo remetido para inquérito, como aconteceu no caso da autarca de Rio Maior e em muitos outros do género. Se a Lei não é suficiente para privar da liberdade, de imediato, os agressores, há urgência em inverter tal sistema dando garantias à vítima, fazendo-as sentir que de facto, são protegidas e estarão seguras depois da denúncia.
Segundo a APAV – Gabinete Português de Apoio à Vítima, em 2009 registaram-se em Portugal 15904 denúncias de crime de violência doméstica, grande parte destes crimes provocaram a morte da vítima. Segundo ainda a revista Maria, “só em Lisboa há 25 inquéritos por dia e só no primeiro semestre deste ano, a capital registou 4546 novos casos de violência doméstica”. Por aqui se vê que este crime é mais frequente e grave do que muita gente pensa.
No dia 14 do corrente mês de Agosto, em pleno verão, o GAF – Gabinete de Apoio à Família, em Viana do Castelo, organizou uma marcha nocturna pelas principais ruas da cidade com o teme “Dê um passo contra a Violência”. Foi uma iniciativa brilhante, uma vez que Viana, nesta época do ano, está repleta de turistas portugueses e estrangeiros. Esta marcha foi útil não só pelo chamar de atenção parar esta causa, mas também, porque proporcionou aos seus participantes, um pouco de exercício saudável. Tive conhecimento que nesta iniciativa participou a senhora vereadora da cultura da câmara Municipal de Viana do Castelo, mas foi pena que as outras forças vivas da cidade, principalmente os responsáveis pela informação, (os mídia, em português media), a tenham ignorado, apesar dela terem conhecimento. Aqui se vê que este tema ainda não sensibiliza grande parte da opinião pública e é pena. Já não falo da população em geral, uma vez que cada vez mais se verifica que o egoísmo tomou conta da humanidade ao ponto do que de mal se passar com os outros, a nós não dizer respeito. E como tal, ninguém se preocupa. Quem assim pensar, está completamente enganado e pode mesmo ser considerado de pouca ou nenhuma visão.
Neste meu blog, no tema intitulado “VIOLÊNCIA”, publicado em 12 de Fevereiro, já tinha abordado este tema e terminava-o com uma citação de Florbela Espanca que diz: -“Tirar dentro do peito a emoção, a lúcida verdade, o sentimento, e ser, depois de vir do coração, um punhado de cinzas esparso ao vento.” E acrescentei assim se sente o violentado. Cinza lançada ao vento se continuarmos a ter leis brandas de mais e, a pensar que o que se passa com os outros a nós não diz respeito. A violência diz sempre, em qualquer altura, muito a toda a gente e repito, qualquer cidadão pode e deve denunciar tais actos e dispõe de vários meios para tal fim: Através do 112 – Número Nacional de Emergência; 114 – Linha Nacional de Emergência Social ou pelo 800202148 – Serviço de Informação a Vítima de Violência Doméstica, número grátis, ou ainda directamente à PSP, GNR, Ministério Público (Tribunal) e Gabinetes Médico-legais. Em Viana do Castelo ainda pode recorrer ao GAF através do telefone 258829138. Ás vítimas, quero lembrar o direito de serem informadas sobre o que poderá ajudá-las a sair da situação em que se encontram. Não se deixem ficar. Sigam o exemplo de Isaura de Morais. Não há nada que valha a pena salvaguardar. Quando se é vítima de violência, a dignidade do ser humano, o seu bem-estar, é um bem que não se pode dar ao luxo de o ignorar ou de o prescindir. Vamos todos dizer não à Violência doméstica. Vamos todos denunciar tais acto que envergonham a humanidade

domingo, 15 de agosto de 2010

INCÊNDIOS FLORESTAIS



O verão deveria ser sinónimo de lazer, de férias, de alegria, de recuperação das forças para se enfrentar o inverno que se aproxima, mas infelizmente, nestes tempos chamados modernos, o verão passou a ser sinal de preocupação, de medo, de angústia e de incerteza no futuro. Qual a causa? Será o calor? Não! É antes a maldade humana mais uma vez a fazer das suas. Os incêndios que varrem o país de lés a lés , já há muito que especialistas vêm dizer que é fogo posto , embora se torna difícil provar, é a grande verdade. Que interesses levam o incendiário a cometer tal crime? Os fogos florestais não queimam apenas o mato e as árvores. Também destrói propriedades de habitação e o mais grave é que também matam seres humanos e animais. Quantos bombeiros mais, será necessário que morram para se tomar medidas sérias, concretas e rigorosas na prevenção de tais actos? Os países e os seus governos gastam rios de dinheiro no combate ao fogo. Compram ou alugam hidroaviões, helicópteros, fazem-se barreiras para conter o fogo, apostam na formação de pessoal técnico, tudo com o propósito de combater eficazmente o fogo. É de louvar, mas não é o suficiente. O que é feito para se prevenir os incêndios? Pouco ou nada. As matas continuam repletas de ervas daninhas e não há uma lei rígida, que obrigue os seus proprietários a tal limpeza. E o mais grave é que o próprio Estado é quem dá o mau exemplo. Ouvi na televisão o ministro falar na possibilidade de se fazer uma lei que legitime o Estado a tomar posse das matas que não forem limpa. Será uma boa medida se complementada com a possibilidade de qualquer cidadão poder também adquirir as matas do Estado nas mesmas condições. Talvez assim a mentalidade mude para melhor. Tantos detidos nas cadeias por crimes menores que estão apenas a dar despesa ao Estado. Não seria mais útil à sociedade e ao próprio Estado aproveitar tal gente para fazer a limpeza das matas? Em vez de comprar ou alugar aviões, esse dinheiro não seria mais bem aplicado na prevenção, na vigilância? Dividir a mata do país em cantões devidamente vigiados por guardas florestais não seria menos dispendioso? E que tal haver uma lei mais severa para os incendiários? Passar meia dúzia de anos na cadeia a comer e a dormir abrigado à custa do Estado, para muitos é mais um prémio do que um castigo. Para certos crimes, nos quais saliento os de fogo posto e aqui incluo também os possíveis mandantes, a pena deveria ser perpétua e com trabalhos forçados. Só assim o incendiário procuraria pensar duas vezes antes de cometer tal crime É triste pensar que há seres humanos que só aprendem com castigos severos, mas se assim for, paciência, assim será para o bem da humanidade. Não venham culpar o calor, pois em mil fogos, possivelmente um será provocado pela mãe Natureza e mesmo esse é alimentado pela incúria do homem que não tomou as devidas providências para o evitar. A limpeza das matas na primavera é meio caminho andado para a prevenção dos incêndios de verão. Se não houver mata para queimar, o fogo posto pelo incendiário dificilmente progredirá. Com medidas acertadas estou convicto que o verão voltará a ser sinónimo de alegria, de férias de divertimento, de uns bons dias passados à beira mar. Portugal e os portugueses merecem mais atenção por parte dos governantes e a Natureza agradecerá pela certa. Menos fogos, melhor ambiente, mais saúde.Vamos todos denunciar os malditos incendiários.

sábado, 14 de agosto de 2010

PENA DE MORTE


Em pleno século XXI ainda se discute a legalidade ou não da pena capital, também chamada pena de morte. É com grande mágoa que vejo o ser humano evoluir em certas matérias, principalmente na área da ciência e ao mesmo tempo verificar que no plano mental, continuamos muito atrasados. Em 1780 antes de Cristo apareceu o primeiro código de leis escrito, o chamado Código de Hamurabi, (um importante senhor da Babilónia daquele tempo), no qual fazia referência à já na altura, polémica lei de Talião que dizia “aquele que causar a morte a outro, terá como castigo também a morte; aquele que tirar um olho a outro, terá como castigo a perda também de um olho. Era a Lei de olho por olho, dente por dente, ainda muito conhecida nos tempos de hoje. Há cerca de dois mil anos, um homem com uma visão muito acima da norma, ainda mesmo nos dias de hoje, de nome Jesus Cristo, veio dizer que essa lei estava errada e que ninguém tinha o direito de tirar a vida de outro a não ser Deus. Contudo, também Ele foi injustamente condenado à morte. Se isso não tivesse acontecido, conhecendo-se a sua história, que mais maravilhas teria Ele feito!? Dois mil anos depois, o homem continua a condenar o seu semelhante à morte como se fosse o senhor absoluto da verdade e da justiça. Nada mais errado e grave. Quantas condenações, com o passar do tempo se vão apurar e verificar, terem sido mal feitas? Os erros da Justiça são constantes, pois os juízes são humanos como o réu e também eles estão sujeitos a enganos, devido à má avaliação das provas apresentadas na altura do julgamento e que podem muito bem ser forjadas, ou adulteradas por vontade própria ou não, por outros seres humanos. A condenação à morte, depois de consumada, não pode ser desfeita e no caso de ter havido um erro de avaliação do caso, então maior será o erro cometido com a decisão. É neste contexto que sou contra a pena de morte, uma vez que a certeza absoluta não existe e como tal, deverá sempre haver uma alternativa de se remediar o erro que em certa altura se cometeu.  Com a pena de morte isso não será possível. É certo que, com a cabeça quente, sem as ideias no lugar, quando alguém é acusado de ter cometido um crime grave e hediondo, o primeiro pensamento é a condenação à morte. É próprio da natureza humana tal pensamento. Mas também o é a ponderação o bom senso. E este, remete-me para arranjar uma condenação severa, mas não definitiva. Com o bom senso, a pena capital não pode existir.
Os países da Europa, embora com um passado vergonhosamente rico em tal prática, já aboliram a pena capital há muito tempo e felizmente outros países como os da Oceânia e também o Canadá, México, África do Sul, Angola e Moçambique, seguiram o exemplo europeu. O Brasil e outros países da América do Sul, da África e também a Rússia, embora ainda tenham legalizado tal atrocidade, já a não a praticam há muito tempo. Contudo,outros não menos importantes em termos históricos como os Estados Unidos da América, a China, a Índia e o médio Oriente, ainda continuam a viver no tempo de Hamurabi e a pena de morte continua a ser aplicada com frequência. Aqui tenho que destacar pela negativa, os E.U.A. e a China, que como potências militares mundiais, deveriam ter dirigentes mais humanos e acabar de uma vez por todas com uma pena altamente injusta, uma vez que é prova provada  que a certeza absoluta não existe. O que hoje parece verdade amanhã poderá ser mentira. E mesmo que a verdade venha no futuro ser confirmada como absoluta, com o recurso a novas tecnologias que poderão surgir, deverá sempre ser levado em conta a recuperação do réu, uma vez que este é humano e como tal, susceptível de errar como qualquer outro ser humano.
Nos tempos mais tristes da historia da humanidade, refiro-me ao século XVII, altura de inquisição religiosa, a Igreja condenou à morte um célebre cientista, e aqui refiro-me ao grande Galileu Galilei, pelo facto deste afirmar que era a Terra e não o Sol que se movia. Uma verdade hoje confirmada, mas que naquela altura foi considerado heresia. Aqui se verifica que o que hoje é verdade, amanhã poderá não o ser. Então porque continuamos a condenar à morte seres humanos que podem não ser o verdadeiro réu? Admito e compreendo que esta prática apenas continua a ser aplicada por pura ignorância ou pura maldade, que continua a ser um sentimento muito activo em certas mentes humanas.
Vamos todos dizer não à pena de morte. Vamos todos dizer sim à vida.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

ANIMAIS DE COMPANHIA -ABANDONO




Desde os tempos mais remotos da Terra que o homem procura viver em sociedade, não só pelo facto de melhor se defender, uma vez que em conjunto é muito mais fácil organizar uma defesa contra os seus inimigos, mas acima de tudo por necessidade de companhia.
Nas comunidades formadas pelo ser humano composta por seus iguais, surgiam com grande frequência desavenças que mais tarde ou mais cedo levavam a uma luta pelo poder, com objectivo de liderança, adquirindo assim cada vez mais privilégios. Para evitar tais lutas, os mais pacíficos procuraram o isolamento, surgindo assim os chamados eremitas. Foi nesta classe que surgiu a necessidade de encontrar outro ser não humano, para companhia, pois era muito doloroso viver sozinho. Depois de muitas tentativas, a escolha recaiu sobre o lobo que depois de domesticado se tornou um animal excelente, não só pela companhia que proporcionava, mas também pela ajuda que dava na caça e na própria defesa do seu dono companheiro e da sua habitação. Assim surgiu com o passar dos tempos, o cão doméstico, como animal de companhia por excelência, cuja escolha perdura até aos dias de hoje. Depois do cão, surgiu o gato e depois outros, formando hoje uma vasta gama de espécies, que é utilizada para minimizar a solidão dos seres humanos, cada vez mais isolados entre si. Hoje é normal ouvir-se que mais vale confiar no cão do que nos homens. Com o passar dos tempos e com a vivência cada vez maior entre o homem e o animal de companhia, surgem histórias verídicas que mostram a grandeza do animal quando se trata de amizade pura. Há animais que quando perdem o seu dono amigo, por morte deste, deixam de comer e acabam por morrer também. Outros acompanham os seus donos por todo o lado e defendem-no até à morte se algo os ameaça. Tanto amor, tanto carinho mostrado por estes animais que apenas querem como paga um pouco de comida e muito carinho.
Hoje, a grande evolução dos tempos, leva cada vez mais o ser humano a uma vida de stress, tornando-se mais do que necessário, ter por amigo sincero e útil, um animal. Contudo, para se poder manter o animal com dignidade que este merece, é necessário haver uma escolha acertada da espécie, tendo em conta a situação económica, as instalações e a disponibilidade para acolher o novo companheiro. O animal é como uma criança que ainda não aprendeu a falar e, por isso, é necessário que o seu dono e companheiro esteja atento aos sinais, para poder não só proporcional ao seu companheiro uma vida sã, mas também para se salvaguardar a si próprio e há sua família, de possíveis doenças que este possa apanhar e transmitir. A escolha do médico veterinário é muito importante, assim como também o é, ter sempre as vacinas e desparasitações em dia.
O animal de companhia transmite ao seu dono e companheiro, uma alegria constante e proporciona sempre a este um bem-estar e a sensação de não se encontrar só em certos momentos da vida.
Neste contexto, não posso compreender o ser humano que, apenas por comunidade, abandona os seus amimais de companhia quando quer ir de férias, ou quando estes, por qualquer outro motivo, se torna incómodo. E o mais grave é que, no regresso das férias, sentem falta do animal e vão logo arranjar outro para o substituir, como se de uma coisa qualquer se tratasse. Será que essas pessoas fazem o mesmo aos filhos? Ou aos pais depois de velhos? Não admira haver cada vez mais velhos em lares completamente abandonados pelos seus familiares. Alguns seres humanos, de humanos nada têm, e por puro egoísmo abandonam os seus progenitores quando estes já nada lhes podem dar, assim como abandonam os seus animais de companhia quando estes se tornam incómodos aos seus propósitos.
Há cada vez mais animais abandonados na via pública sem razão para tal.Vamos todos lutar contra essa aberração.
Há dias, no facebook, um amigo mandou-me um vídeo que muito me comoveu. “Em Curitiba, no Brasil, um jovem foi baleado em plena rua e caiu morto. As pessoas passavam, olhavam e nada faziam. Pouco tempo depois, surgiu um cão, talvez o animal de companhia do infeliz jovem, que depois de rodear o corpo do jovem caído, sempre com o rabo metido entre as pernas em sinal de respeito, deitou-se ao seu lado e de lá não saiu até o corpo ser recolhido. E mesmo depois disso, acompanhou a ambulância que levava o corpo do seu amigo.” Eu pergunto: Afinal quem é o animal irracional? Quem é o ser pensante? Quem é o amigo do amigo?
Pelo o que sei, por conversas que tenho ouvido e por cenas que tenho presenciado, este não é um caso isolado. O que se passou em Curitiba, já tem acontecido noutros lados e não apenas com cães, mas também com gatos..
Não há nada mais cruel do que abandonar um amigo indefeso por puro egoísmo. Lembre-se, que pode acontecer, que na hora da sua morte, o seu animal de estimação poderá ser a única companhia que tenha ao seu lado.
Pensem nisto antes de abandonarem um animal seja por que motivo for. Nada justifica o abandono, uma vez que há meios de os proteger ou de os deixar temporariamente em segurança se for o caso de os não poder levar também de férias. Vamos todos dizer não ao abandono dos nossos amigos.Apenas por curiosidade: - As duas gatinhas que aparecem na fotografia acima, são os meus queridos animais de companhia.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

USOS E COSTUMES - VÉU



Depois de um período de pausa por opção, o Querer e não poder volta novamente a escrever, tendo escolhido para reiniciar as suas publicações, um tema muito polémico que se encontra em voga, como se de uma moda se tratasse. O Uso do véu em certas culturas reconhecidas mundialmente.
Começo este polémico tema com uma citação do ilustre médico indioamericano o Dr. Deepak Chopra “ O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo; O que for o teu desejo, assim será tua vontade; o que for tua vontade, assim serão teus actos; o que forem teus actos, assim será teu destino.”
Esta citação vem dizer precisamente que cada um é livre de escolher o que quer fazer da sua vida, independentemente de qualquer credo, religião ou política orientadas pelo homem.
Desde os tempos mais remotos da humanidade, que os usos e costumes teimosamente tendem em fazer leis consideradas válidas e seguidas religiosamente pelo povo que foi o seu criador. Analisando friamente os escritos considerados sagrados, verifica-se em todos eles, independentemente da religião a que dizem respeito, existir no seu conteúdo, uma grave e permanente submissão do feminino ao masculino, que é realçada nesses livros, com a teoria da criação. Dizem os velhos textos que “Deus do barro criou o homem à sua imagem e semelhança e de uma costela deste, fez a mulher sua companheira.” Logo aqui, verifica-se haver uma classificação menor do sexo feminino que foi feito de uma simples costela do homem, enquanto este, foi feito da terra e semelhante a Deus seu criador. Logo também ele considerado deus. Nada mais erróneo, mas que os usos e costumes têm mantido até aos dias de hoje, como regra a seguir.
A religião sempre impôs à mulher o uso do véu como sinal de respeito perante Deus e perante o homem “seu senhor”. Com o passar dos tempos, o uso do véu pela mulher foi sendo frequentemente substituído pelos cabelos e é a própria Bíblia, em Coríntios cap.11, vers.13 e seguintes que diz “julgai entre vós mesmo: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar do véu.” Na religião católica, ainda muito recentemente, em meados do século XX, a mulher não entrava numa igreja sem o véu na cabeça, em sinal de respeito. Este uso e costume foi-se modificando e hoje, finalmente cumpre-se as escrituras em coríntios. O véu outrora usado, foi literalmente substituído pelo cabelo. Contudo, ainda hoje, em certas religiões e regiões do Mundo, o véu continua a ser imposto às mulheres, fazendo destas verdadeiras escravas de um costume que teima em não cair em desuso. Essas infelizes mulheres, ainda não atingiram a liberdade de com os seus actos, escolherem livremente o seu destino.
O mundo islâmico, felizmente não na sua totalidade, ainda condena e castiga a mulher com base neste costume ridículo do uso obrigatório do véu. O véu islâmico é mais do que um pano para cobrir o rosto, este faz parte de toda uma cultura baseada no sagrado e é visto como um sinal de respeito e recato apenas imposto à mulher já que o homem, como superior por ter sido feito à imagem de Deus, está acima de todos esses usos e costumes. Nessa cultura e religião, a mulher muçulmana usa o véu “HIJAB”, uma vez que Deus assim ordenou na passagem escrita no Alcorão. “ Dizei às fiéis, que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores, e não mostrem os seus atractivos, além dos que normalmente aparecem; que cubram o colo com os seus véus e não mostrem os seus atractivos, a não ser os seus esposos…”
Sabendo como sabemos, que em grande parte do Mundo a religião está interligada ao sistema político, pergunta-se: No caso muçulmano, o uso do véu será devido à religião ou à tradição? Os interesses políticos e religiosos em certos países estão na mão dos homens e este continua a usar esses poderes, para subjugar e moldar a mulher a seu belo prazer, uma vez que esta não tem qualquer liberdade e força para mudar tais atitudes. Essas mulheres continuam a ser escravas dos milenares usos e costumes que as considera inferiores ao homem.
Num contexto mais largo dos usos e costumes, o véu islâmico é visto por uns, como coisa natural que faz parte de uma cultura própria e milenar, não vendo por isso qualquer estigma, domínio ou maldade para com a mulher. E é visto por outros, felizmente em número cada vez maior, como elemento usado para alienar e humilhar a mulher, roubando-lhe a própria identidade e vontade.
Se por um lado o véu dá à mulher uma certa liberdade porque as iguala, não havendo distinção de ricas e pobres, de feias e bonitas, nem alimenta uma competição aberta para procurar atrair sexualmente o sexo oposto, por outro, submete-as a uma escravatura tal, que perdem por completo não só a sua identidade como ser humano, mas principalmente como mulher, símbolo do belo, não permitindo expor a vontade própria de se sentir desejada como qualquer ser livre.
Nem todos os “HIJAB” (véu islâmico) são ofensivos e contrários aos direitos da mulher. Existem vários tipos de véus e a maioria pode mesmo ser denominado de traje regional aceite dentro do folclore próprio das diversas regiões do Globo. Contudo o véu islâmico denominado de BURCA (Burka) é uma espécie de manto que cobre todo o corpo da mulher, incluindo os olhos, tradicionalmente utilizado no Afeganistão e no Paquistão, este sim, é ofensivo à dignidade do ser humano e contrário à tão desejada liberdade da mulher no sentido de se alcançar rapidamente a igualdade entre os sexos que há muito o Mundo luta para conseguir.
Países muçulmanos moderados, como a Turquia e a Tunísia, já proibiram tal uso em locais públicos e no resto do Mundo livre, a França foi pioneira na proibição de tais costumes fundamentalistas. Estou convicto que o resto do Mundo, incluindo mais países muçulmanos acabem por considerar tal proibição como um bem para a humanidade que em muito vem dignificar a mulher, repondo assim, a justiça há muito reclamada.
Se por um lado eu admito aceitar o hijab na sua forma mais liberal que se confunde com os tradicionais trajes regionais, já tenho muita relutância em aceitar a burca fundamentalista uma vez que considero tal traje ofensivo à dignidade da mulher.
Não quero aqui no meu blog dizer quem tem ou não razão, pois não tenho competência nem autoridade para tal, mas quero finalizar este tema com a frase célebre de René Descartes “ Aquele que procura a verdade deve tanto quanto possível duvidar de tudo.” Neste contexto tenho o direito de duvidar das burcas e de todo o tipo de coisas que contribuam para o mal estar do ser humano, ou que possam servir para encobrir actos condenatórios, como infelizmente acontece com as chamadas mulheres bomba, utilizadas pelos fundamentalistas islâmicos contra outros povos ou governos.