Depois de um período de pausa por opção, o Querer e não poder volta novamente a escrever, tendo escolhido para reiniciar as suas publicações, um tema muito polémico que se encontra em voga, como se de uma moda se tratasse. O Uso do véu em certas culturas reconhecidas mundialmente.
Começo este polémico tema com uma citação do ilustre médico indioamericano o Dr. Deepak Chopra “ O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo; O que for o teu desejo, assim será tua vontade; o que for tua vontade, assim serão teus actos; o que forem teus actos, assim será teu destino.”
Esta citação vem dizer precisamente que cada um é livre de escolher o que quer fazer da sua vida, independentemente de qualquer credo, religião ou política orientadas pelo homem.
Desde os tempos mais remotos da humanidade, que os usos e costumes teimosamente tendem em fazer leis consideradas válidas e seguidas religiosamente pelo povo que foi o seu criador. Analisando friamente os escritos considerados sagrados, verifica-se em todos eles, independentemente da religião a que dizem respeito, existir no seu conteúdo, uma grave e permanente submissão do feminino ao masculino, que é realçada nesses livros, com a teoria da criação. Dizem os velhos textos que “Deus do barro criou o homem à sua imagem e semelhança e de uma costela deste, fez a mulher sua companheira.” Logo aqui, verifica-se haver uma classificação menor do sexo feminino que foi feito de uma simples costela do homem, enquanto este, foi feito da terra e semelhante a Deus seu criador. Logo também ele considerado deus. Nada mais erróneo, mas que os usos e costumes têm mantido até aos dias de hoje, como regra a seguir.
A religião sempre impôs à mulher o uso do véu como sinal de respeito perante Deus e perante o homem “seu senhor”. Com o passar dos tempos, o uso do véu pela mulher foi sendo frequentemente substituído pelos cabelos e é a própria Bíblia, em Coríntios cap.11, vers.13 e seguintes que diz “julgai entre vós mesmo: é decente que a mulher ore a Deus descoberta? Ou não vos ensina a mesma natureza que é desonra para o homem ter cabelo crescido? Mas ter a mulher cabelo crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar do véu.” Na religião católica, ainda muito recentemente, em meados do século XX, a mulher não entrava numa igreja sem o véu na cabeça, em sinal de respeito. Este uso e costume foi-se modificando e hoje, finalmente cumpre-se as escrituras em coríntios. O véu outrora usado, foi literalmente substituído pelo cabelo. Contudo, ainda hoje, em certas religiões e regiões do Mundo, o véu continua a ser imposto às mulheres, fazendo destas verdadeiras escravas de um costume que teima em não cair em desuso. Essas infelizes mulheres, ainda não atingiram a liberdade de com os seus actos, escolherem livremente o seu destino.
O mundo islâmico, felizmente não na sua totalidade, ainda condena e castiga a mulher com base neste costume ridículo do uso obrigatório do véu. O véu islâmico é mais do que um pano para cobrir o rosto, este faz parte de toda uma cultura baseada no sagrado e é visto como um sinal de respeito e recato apenas imposto à mulher já que o homem, como superior por ter sido feito à imagem de Deus, está acima de todos esses usos e costumes. Nessa cultura e religião, a mulher muçulmana usa o véu “HIJAB”, uma vez que Deus assim ordenou na passagem escrita no Alcorão. “ Dizei às fiéis, que recatem os seus olhares, conservem os seus pudores, e não mostrem os seus atractivos, além dos que normalmente aparecem; que cubram o colo com os seus véus e não mostrem os seus atractivos, a não ser os seus esposos…”
Sabendo como sabemos, que em grande parte do Mundo a religião está interligada ao sistema político, pergunta-se: No caso muçulmano, o uso do véu será devido à religião ou à tradição? Os interesses políticos e religiosos em certos países estão na mão dos homens e este continua a usar esses poderes, para subjugar e moldar a mulher a seu belo prazer, uma vez que esta não tem qualquer liberdade e força para mudar tais atitudes. Essas mulheres continuam a ser escravas dos milenares usos e costumes que as considera inferiores ao homem.
Num contexto mais largo dos usos e costumes, o véu islâmico é visto por uns, como coisa natural que faz parte de uma cultura própria e milenar, não vendo por isso qualquer estigma, domínio ou maldade para com a mulher. E é visto por outros, felizmente em número cada vez maior, como elemento usado para alienar e humilhar a mulher, roubando-lhe a própria identidade e vontade.
Se por um lado o véu dá à mulher uma certa liberdade porque as iguala, não havendo distinção de ricas e pobres, de feias e bonitas, nem alimenta uma competição aberta para procurar atrair sexualmente o sexo oposto, por outro, submete-as a uma escravatura tal, que perdem por completo não só a sua identidade como ser humano, mas principalmente como mulher, símbolo do belo, não permitindo expor a vontade própria de se sentir desejada como qualquer ser livre.
Nem todos os “HIJAB” (véu islâmico) são ofensivos e contrários aos direitos da mulher. Existem vários tipos de véus e a maioria pode mesmo ser denominado de traje regional aceite dentro do folclore próprio das diversas regiões do Globo. Contudo o véu islâmico denominado de BURCA (Burka) é uma espécie de manto que cobre todo o corpo da mulher, incluindo os olhos, tradicionalmente utilizado no Afeganistão e no Paquistão, este sim, é ofensivo à dignidade do ser humano e contrário à tão desejada liberdade da mulher no sentido de se alcançar rapidamente a igualdade entre os sexos que há muito o Mundo luta para conseguir.
Países muçulmanos moderados, como a Turquia e a Tunísia, já proibiram tal uso em locais públicos e no resto do Mundo livre, a França foi pioneira na proibição de tais costumes fundamentalistas. Estou convicto que o resto do Mundo, incluindo mais países muçulmanos acabem por considerar tal proibição como um bem para a humanidade que em muito vem dignificar a mulher, repondo assim, a justiça há muito reclamada.
Se por um lado eu admito aceitar o hijab na sua forma mais liberal que se confunde com os tradicionais trajes regionais, já tenho muita relutância em aceitar a burca fundamentalista uma vez que considero tal traje ofensivo à dignidade da mulher.
Não quero aqui no meu blog dizer quem tem ou não razão, pois não tenho competência nem autoridade para tal, mas quero finalizar este tema com a frase célebre de René Descartes “ Aquele que procura a verdade deve tanto quanto possível duvidar de tudo.” Neste contexto tenho o direito de duvidar das burcas e de todo o tipo de coisas que contribuam para o mal estar do ser humano, ou que possam servir para encobrir actos condenatórios, como infelizmente acontece com as chamadas mulheres bomba, utilizadas pelos fundamentalistas islâmicos contra outros povos ou governos.
Conta a lenda que uma mulher muçulmana não conseguindo engravidar, terá prometido a deus que se o conseguisse, andaria nua pelas ruas. Engravidou e, desesperada para conseguir cumprir a promessa, aconselhou-se com um homem sábio e crente. Ele terá dito..."descobre os teus cabelos, pois com eles descobertos, é o mesmo que andar nua..depois disso, cobriras sempre os cabelos.."
ResponderEliminarSempre convivi com muçulmanos..umas cobriam o cabelo com um lenço ou véu, só os cabelos, outras, não. depende isso, do grão de fanatismo , tradição ou fervor religioso, mal interpretado.
Não só muçulmanos, mas também hindus, de todas as castas. e Se as hindus andavam sem véu em casa, já não o faziam em presença de estranhos.
pessoalmente, acho o uso de véu, em locais públicos, especialmente no Inverno, muito uteis e bonitos. como obediência a uma crença religiosa, não.
especialmente as famigeradas burqas, sinonimo de uma escravidão, aniquilamento mental e físico da mulher, violência masculina de poderia ignóbil.
Aliás, o CORAO, não diz para as mulheres usarem véu, mas para serem púdicas. E quem me garante a mim, que por baixo das burqas e quejandos, elas o sejam? E isso não seja sinonimo de eles se passarem por elas?
Tanta coisa se faz por baixo dos véus..
SAO