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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 28 de julho de 2011

BATUQUE – SONS DE ÁFRICA



Nas noites quentes de luar intenso, ouve-se com alegria os sons melodiosos do batuque na Sanzala iluminada pelo luar e luz da fogueira que crepita no meio do terreiro.  
 Os tocadores de batuque; dos Mpwitas; das marimbas; do kissange do berimbau e do reco-reco, não tiveram qualquer instrução musical, mas conseguem tirar destes rústicos instrumentos por eles mesmo construídos, um som tão melodioso como característico que fazem música agradável de se ouvir.
Parece que o povo africano nasceu para a música ou com música dentro de si.
Na dança, a mulher africana consegue ondular o corpo como só ela sabe. Os movimentos sensuais da mulher africana acompanham a música com uma intensidade tal, que parece ser o seu corpo feito de borracha.
Quem ouve o batuque, por si só, ou acompanhado por outros instrumentos, no silêncio da noite e tem o privilégio de seguir com a sua visão todo o folclore causado pela música e dança dos tocadores e bailarinas, fica surpreendido com a mestria como retiram um enorme proveito musical de instrumentos tão rudimentares e conseguem fazer ouvir o verdadeiro som de um folclore apenas existente em África.
Se associarmos este magnífico som ao encantador movimento dos dançarinos e dançarinas africanas, encontramos o verdadeiro sentido da cultura milenar que mesmo contra todas as tentativas de erradicação, por parte dos governos coloniais europeus, se manteve e se mantém até aos dias de hoje.
No chamado Mundo civilizado, já muitos e célebres músicos, recorreram ao velho e rude berimbau e ao exótico kissange à procura de novos sons para as suas composições.
Não há dúvida nenhuma que com o berimbau, também chamado de violino africano de uma só corda, bem tocado, consegue-se tirar sons que apenas com este instrumento se consegue fazer ouvir.       
O mesmo acontece com o kissange, também conhecido como o xilofone africano, tocado dentro de uma cabaça apropriada para o efeito que lhe serve de caixa de ressonância.
São os sons de África que acompanhado ao som tirados do verdadeiro batuque feito de tronco de árvore e coberto por pele de animal, curtida à moda africana, que fazem a verdadeira e genuína música de África.
Os sons do batuque são ouvidos em todas as ocasiões e estes instrumentos são tocados com a mesma intensidade seja qual for o motivo que o justifique. Quer seja em casamentos, funerais ou qualquer outro pretexto social ou apenas por simples protesto ou estado de espírito, o som é sempre melodioso e só quem o toca ou quem com ele está muito familiarizado, consegue distinguir o estado de espírito que a música quer lembrar ou homenagear.
A música africana é isso mesmo. Seja qual for o motivo, os sons de África fazem-se ouvir mostrando ao Mundo a sua cultura.

Carlos Cebolo

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