O colibri com penas coloridas de tons esmeralda nas asas e com o peito cor do Sol, esvoaçava de flor em flor, pairando entre elas, como se uma força invisível o amparasse no ar.
Este pequeno pássaro, é possuidor de um longo bico meio curvo, que lhe permite sugar o delicioso néctar das flores que, num contraste de cores, surgem por entre uma flora verdejante à beira de um lindo lago de águas claras tingidas de um azul celeste.
Tal deslumbrante paisagem, apenas nos é prometido ver em certas zonas tropicais.
Tive a sorte de ter nascido em África, no magnífico país chamado Angola e fui muitas vezes bafejado pela sorte de ver várias vezes este lindo e frágil pássaro na sua labuta constante de recolha do precioso néctar com o qual se alimenta e do qual tira toda a energia necessária para bater as suas asas com uma velocidade estonteante que o faz pairar no ar enfrente às flores, como se parado estivesse.
Embora em Angola as estações do ano se resumem apenas a duas, a estação seca e a estação das chuvas, nós sabemos que a primavera chegou, quando avistamos os pequenos mas famosos colibris ou beija flores como também são chamados.
A Europa não é um habitat propício ao aparecimento do colibri, mas existem muitas outras aves não menos lindas e importantes que os beija flores.
Quem, como eu, teve o privilégio de se poder isolar rodeado de árvores e de flores de várias espécies e apreciar os sons livres da mãe natureza, nunca mais se esquece que o planeta Terra é o lar perfeito de inúmeros seres inteligentes, nos quais o ser humano se encontra, mas numa escala muito abaixo dos demais habitantes deste mundo.
Parece mentira, mas é a mais pura verdade.
Todos procuram alimentar-se sem danificar a mãe natureza e contribuir para que ela permaneça viva e linda.
Só o homem faz precisamente o contrário.
Se isto não é ser menos inteligente que as outras espécies, então o que será?
Os mais atentos aos barulhos da natureza, sabem reconhecer o cantar das aves e reconhecer a sua espécie, assim como o barulho característico dos insectos que nomeadamente à noite, produzem constantemente mostrando a sua alegria ou procurando chamar um parceiro para o acasalamento. E nesse momento mágico, quem o vive, sabe que chegou a primavera.
Não é preciso ter grandes estudos em astrologia, meteorologia ou em qualquer outra ciência inexacta, para saber que aqui, na China ou em África, a altura do acasalamento dos seres realmente inteligentes que habitam o Planeta, dá início à chamada primavera.
Na Europa, a primavera aparece depois do frio do inverno. Em Angola aparece depois do tempo seco. Mas primavera é a primavera seja onde for. E o homem contra isto nada pode fazer.
A mãe natureza continua e continuará a comandar os destinos dos seres que escolheu como habitantes, até ao dia em que desesperada e ferida por tanta maldade, resolver fazer o que fez com os dinossauros. E aí, já será tarde de mais.
Enquanto tivermos a sorte de poder ver os colibris esvoaçarem de flor em flor, podemos ter a certeza que a natureza continuará a tolerar a nossa permanência neste planeta azul a que chamamos Terra.
Mas para isso, vai ser preciso que o ser humano tome consciência do mal que todos os dias provoca na mãe natureza.
O colibri e o planeta Terra estão assim intimamente ligados ao destino do ser humano na Terra.
É chegada a altura de chamar a atenção de todos, não só para a protecção desta pequena e frágil ave, mas acima de tudo, para a protecção de todos os seres vivos que habitam connosco este lindo Planeta.
Uma ave, um animal, seja de que espécie for, é também um necessário e importante parceiro nosso nesta luta árdua de salvar o Planeta onde vivemos.
Carlos Cebolo
Carlos Cebolo
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