SEM TRAÇO E SEM RASTO
28/08/2012
Na tela nua da vida,
Vejo traços indefinidos sem fim,
Um mar de solidão oco, vazio,
Num clima sempre frio.
Espírito livre na despedida,
Que se esqueceu de mim,
Na sua tardia partida.
Dispo a alma do sofrimento,
Sem ter um rumo traçado,
Procuro o horizonte dourado,
Na escuridão deste silêncio.
Navego sem destino!...
De um amor que foi doçura,
Ficou apenas a loucura,
De uma ansiedade calada.
Na grande dor do sofrimento,
Por uma felicidade perdida,
Na voz triste do lamento,
Salvou-se a alma iluminada.
O teu amor passageiro,
Sem traço e sem rasto,
Fortaleceu o amor verdadeiro,
De um sentimento já gasto.
Já não sinto o pecado do teu toque,
A beleza do teu corpo nu e faminto,
Esfumou-se no infinito da sensação,
Sem causar qualquer choque,
No amor que agora sinto.
Carlos Cebolo
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