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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 28 de setembro de 2018



ILUSÃO DOS SENTIDOS

Esse amor perdido, não foi o que sonhei,
Procuro em cada canto do corpo ferido,
O amor que ainda não tive e não o terei,
Por tanto o procurar e continuar perdido,
Nesse teu corpo dorido com o teu sofrer,
O meu corpo ferido que não para de doer.

Neste meu cantar, só canto esse amor ferido,
Esse fogo ardente que só me fez sofrer,
Com o passar do tempo continua escondido,
Entre a chama ardente que não para de arder,
Nesse teu corpo vestido de alma despida
Que em mim, forçou essa triste despedida.

Na volúpia da ilusão esse amor sofrido,
Colhido no momento da imaginação,
Desse corpo nu, ser o teu corpo perdido,
No emaranhado dessa minha confusão,
Sem saber se amor, é somente esse sofrer,
Na paixão de um fogo que não pára de arder.

Carlos Cebolo



quarta-feira, 26 de setembro de 2018



CRIANÇA

O que lhe importa a distância,
Ou o tamanho da semente!
A criança vê inocência,
Na procura colhe gente,
Na ilusão a transparência.

Sem saber o que é o sonho,
A criança sonha e avança
Naquele caminho medonho,
Sem perder a esperança,
Nunca se sente tristonho.

Com esse seu crer sedento,
Com serenas ilusões,
Sua mente em movimento,
Arrasta suas emoções
E alimenta seu pensamento.

Em tudo vê esperança,
Colhe os louros da aventura,
Na família a segurança,
Sentindo a sua ternura,
Sem deixar de ser criança.

Carlos Cebolo



sexta-feira, 21 de setembro de 2018



INVENTO-TE

Invento-te!...
Aguarelas pintadas no azul celeste,
Tocam minha alma numa canção de cor
E colho aquele beijo que não me deste,
Dentro da despedida contida na dor.

Esta triste condição de não te ter,
Adormece o encanto da paixão
E na sede, sem a fresca água beber,
Molho os meus lábios na pura ilusão,
Vertendo sorrisos de um tom amarelado,
Nesse tempo onde o querer ficou parado.

Invento-te!...
Por entre linhas de uma ternura sem igual,
Poesia convertida em toques de pura sensação,
Desejo sedento com o seu rubor carnal
Aquecido no regaço de uma fina combinação.

Essa vontade forte do querer e não ter,
Transforma o sossego do mar, em agitação,
Na volúpia sentida em ondas de prazer
Que do meu Ser, se liberta da emoção
E o azul do céu, colho para te entregar,
Tocando teus lábios com este meu desejar.

Invento-te!...
Deitada na calmaria desse verde cetim,
Liberta flor plantada no meu jardim.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 19 de setembro de 2018



VERDES ANOS

Formoso olhar que há muito já não vejo,
Lágrimas claras desse puro cristal,
Que acendeu aquele fogo do desejo,
Num concerto tão belo e natural.

Ditosa flor, angélica e serena,
No gasto da idade o crescente dano
Que envolve o pensar numa noite amena,
Onde a alma sente tão impuro engano.

Todo o bom pensamento, a alma retira,
De um tormento que confunde a verdade,
Com esse veneno de uma tão vil mentira,
Implantado no seio da vontade.

Sepultado o fervor da mocidade,
A solidão invade essa lembrança,
Daquele amor sentido com a verdade,
Nos verdes anos de uma aventurança.

Carlos Cebolo

segunda-feira, 17 de setembro de 2018



OPÇÃO

No doce sorriso, o duro engano,
De quem procura sua conquista,
Naquele doce olhar, piscar de vista,
Oferece amor que provoca dano.

Naquela cegueira do cupido,
Com truques e manhas que se consente,
Bela mulher assim descontente,
Abre o corpo ao amor consentido.

E por nunca se sentir culpada,
Nesse encanto de sereia escondida,
Com astúcia se sente desejada.

Nesse fingir sem pôr preço adiante,
Cobra o preço sentido na vida,
De quem escolheu p’ra ser seu amante.

Carlos Cebolo


sexta-feira, 14 de setembro de 2018




COLONO

Naquela noite de calmaria,
Quando a lua no seu luar sentia,
Ele a própria vida semelhava,
Naquela terra que lhe sorria.

À noite no silêncio chorava,
Naquele pranto que a terra molhava,
Junto à rude barraca que ergueu
E onde com a família viveu.

Sendo colono, foi criador
E à própria terra roubou a cor,
A tez morena que o sol queimou,
Cultivando essa terra que amou.

Cobria o rosto esse agricultor,
Com essas mãos talhadas pela dor,
Colhendo o pão que o alimentava,
O homem forte que também chorava.

Chorava por amar quem amou,
A Terra bela que o acompanhou,
Em toda aquela sua aventura,
Talhando firme essa sepultura.

Carlos Cebolo





quarta-feira, 12 de setembro de 2018



ONDA SUAVE

Tudo está calmo e sossegado,
Suave espraia a onda na areia,
Esse amor que em mim serpenteia,
Não deixa de ser desejado.

A onda que suave assim bate,
A esse grande amor se sujeita,
Contra todos os rumores se deita,
Ouvindo sinos a rebate.

No seu silêncio repousado,
Sentindo aquele amor ardente,
Nos seus braços fica deitado.

No sonho encontra seu amado,
Com o passado sempre presente,
E o desejo sempre guardado.

Carlos Cebolo


quarta-feira, 5 de setembro de 2018



ADIADO DESTINO (Ascendência)

Muitas vezes, apetece-me ceder,
Desilusão do corpo envelhecido,
Com esta triste vida adormecer,
Dentro de um mundo que já foi pedido.

Vejo o sofrimento sem o sentir,
De quem, acamado perdeu o norte
Com o rosto que já não sabe sorrir,
Talhando nesse tempo, a sua sorte.

Essa vida suspensa por um fio,
Onde a lembrança já tudo apagou,
Sente já ter perdido o desafio.

Jogo constante dessa vida e dor,
Instantes da luta que se travou,
Nesse inverno, já sem o seu fervor.

Carlos Cebolo



segunda-feira, 3 de setembro de 2018




CIGARRA

Dos tempos que cantei, vou agora chorando,
Esse canto alegre que já foi passado,
Tempo quente de um sentir tão confiado,
Canto agora lágrimas que fui criando.

Se alguém me perguntar, não sei dizer quando!
Nem sei se alguma vez me senti enganado,
Ou se cantava apenas aquele passado,
Da juventude que o tempo foi julgando.

Sei que aquele meu cantar era de esperança,
No futuro que parecia brilhante,
Tão eterno como a pedra diamante.

E assim, repleto de toda a confiança,
Fui cantando esses desvaneios da mente,
Canções que ainda hoje, meu coração sente.

Carlos Cebolo