VERDES ANOS
Formoso olhar que há muito já não vejo,
Lágrimas claras desse puro cristal,
Que acendeu aquele fogo do desejo,
Num concerto tão belo e natural.
Ditosa flor, angélica e serena,
No gasto da idade o crescente dano
Que envolve o pensar numa noite amena,
Onde a alma sente tão impuro engano.
Todo o bom pensamento, a alma retira,
De um tormento que confunde a verdade,
Com esse veneno de uma tão vil mentira,
Implantado no seio da vontade.
Sepultado o fervor da mocidade,
A solidão invade essa lembrança,
Daquele amor sentido com a verdade,
Nos verdes anos de uma aventurança.
Carlos Cebolo
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