ESCALDANTE NOITE
Finalmente, heis que chega,
Noite quente sem fim,
Suor que não aconchega,
É o verão dentro de mim.
Se fixa o escuro breu,
Sem brisa que o refresque,
Corpo nu, santo e ateu,
Aroma de moleque.
Silenciosa e dramática,
Chega a noite sem sono,
Ode sem ser poética
De mim se torna dono.
Descanso perturbado,
Do Ser que em mim se encontra,
Com o tempo agastado
Que esta noite confronta.
Chega o raiar do dia
E o corpo desmaiou
No calor com que ardia
E o dia assim raiou.
Sem sossego e lânguido,
Com o calor que o atormenta,
Ficará adormecido
O corpo que lamenta.
Carlos Cebolo
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