SILÊNCIO
Não grito, não choro e às vezes me envergonho,
E por não gritar, não chorar, nada acontece.
Este silêncio das palavras é medonho,
Quando se espera um gesto, num corpo que estremece.
Palavras sentidas mo silêncio do olhar,
Apenas deixam um sentimento imaginado,
De como seria esse efeito do meu sonhar,
Naquele meu grito surdo que não foi gritado.
As breves palavras daquele silêncio atroz,
Na tremenda escassez que forma a solidão,
Deixa ao Mundo, a recordação da tua voz.
O perfume que corre no silêncio do rosto,
Naquela intolerância da desilusão,
Deixa no ar, o som e o sabor de outro gosto.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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