ERGUE A TUA VOZ
E o mar de cristal se tornou um mito,
O tempo ganha musgo sem memória
E desse passado se fez história,
De um silêncio tenaz em que acredito,
Poder sentir no futuro, essa glória.
Do meu nascimento, me fiz proscrito,
Deixei de ouvir vozes provocatórias,
De um império formado com suas glórias,
Reservo para mim, o abafado grito,
Aclamando bem alto, tais vitórias.
Mas no fundo, esta alma que não se abala,
Dando valor ao berço onde nasceu,
Abafa a dor do tormento que viveu
E em defesa de um passado não se cala,
Reclamando à Trindade o que foi seu.
Profundo sentir que é a minha voz,
A realeza sentida no momento,
Mostrou a fibra desse sentimento
E no grito surdo não estamos sós,
Nem sós, sentimos aquele tormento.
Ergue a tua voz da imagem sentida,
Só quem amou, se lembra de tal feito,
Na mistura de cores dessa partida,
Com esse sentir triste de um preconceito,
Nessa mentira inventada e retida.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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