SOU DE ALÉM- MAR
Eu sou daquela terra abençoada,
Como tu, pisei aquele chão sagrado,
Cheio de pó, incertezas e nada,
O chão vermelho pela chuva regado.
Como tu, também nasci africano,
Na panela de barro comi pirão,
Com outra cor de pele, mas sem engano,
É de lá, toda a minha geração.
Assim, choro por África onde nasci,
Com enxada na mão desbravei o mato,
Caminhos diversos que percorri,
Com feridas nos pés por não ter sapato.
Com meu irmão negro também chorei,
Nas tristezas da vida, a desilusão,
De todas as emoções que por lá criei,
Nesta vida não há comparação.
Carlos Cebolo
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