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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sábado, 27 de fevereiro de 2021

 


LEVADO PELO VENTO

 

Com o tempo, aprende-se poesia,

Neste presente o fruto colhido,

De um triste passado revestido,

Lembrando a mangueira do quintal

E o sabor da fruta ao natural,

Em ritmo de bela fantasia.

 

Já não existe a flor do jardim,

Roseira plantada com amor

E o cravo murcho de tanta dor,

À beira da fonte verdejante

Que matava a sede ao viajante,

Na labuta diária sem ter fim.

 

Nomes e lugares são pensamentos,

São vocábulos que a vida nos dá

E um pouco de nós ficou por lá

E por cá, aprende-se a saudade,

Simples lembranças da mocidade

Que talha todos os nossos momentos.

 

Carlos Cebolo

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

 


COLHER NO TEMPO 

 

Colho no tempo, o tempo gasto,

Colho flores no gélido inverno,

De tudo, um pouco sigo o rasto,

Fechando a porta desse inferno.

 

Sonho paisagens não sentidas,

Tudo é natureza já morta,

Espaço de vidas perdidas,

Imagens que o tempo recorta.

 

Bebo a tua luz refletida

No vazio do teu olhar,

Triste com essa despedida,

De todo esse teu caminhar.

 

Do teu corpo sinto a saudade,

Mesmo sem nunca te tocar,

São lembranças da mocidade,

Esta vontade de te amar.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

 


AUSÊNCIA

 

A ausência é como a noite escura,

O céu sem estrelas, onde a luz do dia se deita,

Encerrando teus olhos com gotas de ternura,

Escondendo a dor que o corpo triste aceita.

 

Linha do horizonte onde os teus ecos já não se ouvem,

De tão frios se encontrarem com todas as ausências,

Num esquecimento onde o amor ficou retido.

 

Estranhas memórias de um tempo que ficou além,

Tolhido na humidade invernosa que turva as consciências

E o halo de um inseto que se manteve escondido.

 

É como a noite se transformasse em triste solidão,

Sem o astro que à escuridão empresta a luz,

Que faz nascer a esperança do desassossegado coração

E como cristal secreto, a própria timidez seduz.

 

Por um instante, deixas de olhar o horizonte que se baixa

Naquele limbo que te atormenta a vida,

Vencendo o peso da dor, onde a própria ausência se encaixa

E segues em frente, liberta pelo grito da despedida.

 

Carlos Cebolo

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sábado, 20 de fevereiro de 2021

 


INCERTEZAS

 

Não te toco com o meu querer,

Das palavras colho o fragor

E o sentido desse meu crer,

Talha esse coração de dor.

 

Nesse embalar, sinto a ternura

Desse corpo martirizado,

Ávido de uma outra aventura,

Amor proibido e desejado.

 

Agita-se a alma na tormenta

E o tempo passa sem ter rumo,

O fogo que arde não esquenta

E a chama se transforma em fumo.

 

Desse fumo se faz a dor,

Da aventura a satisfação

E assim se perde esse fervor,

Com o medo dessa confissão.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021


 

ESPAÇO DO TEMPO

 

Do tempo, procuro o seu espaço,

Essência de matéria sem cor,

Onde a vida retém esse compasso,

Convertendo a esperança em amor.

 

Tão breve como esse sentimento,

Névoa que retém a luz solar,

Faz brotar as ondas do momento,

Lágrimas soltas do verde mar.

 

Tabuleiro de xadrez vestido,

No inquieto mundo onde me deito,

Formando esse dominó ferido,

Lembranças de um triste preconceito.

 

A mente pronta a ressuscitar

O brilho do teu olhar aflito,

Confuso no momento de amar,

Valoriza tudo em que acredito,

 

Carlos Cebolo

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sábado, 13 de fevereiro de 2021

 


PUDESSE EU FALAR COMO AS FLORES

 

Pudesse eu falar como a beleza das flores,

Coisas simples, ardentes com as lágrimas,

Como a pureza do fogo que consome o ar,

Tão simples e forte como o bom odor

E um querer no sentir de um saudoso amor.

 

Ter a dureza límpida do diamante,

A paixão do mártire sem qualquer razão,

Frescura da água corrente da nascente

Que se forma em rio frio e constante,

Impregnando os caminhos com seu odor,

Levando as tuas mágoas tristes de amor.

 

Pudesse eu contemplar a tua beleza,

Olhando simplesmente para os teus pés

E neles sentir o calor dos teus seios,

Iludindo assim, toda a tua incerteza,

Colhendo o sabor do que realmente és,

Com o meu calor, abafar os teus receios.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

 


CANTA O GALO

 

Canta o galo na fria madrugada,

Canta a chamar o Sol e seu calor,

Cai esta chuva em forma de geada,

E o mau tempo, arrefece o meu fervor.

 

Canta o cântaro pela fria nascente,

Cântico de vida com o seu amor,

Sofre este meu corpo que o teu não sente,

Neste inverno triste sem ter calor.

 

E se a cantar, a vida se reclama,

É no silêncio que se esconde a dor,

A dor por se sentir perder a chama

Da paixão que deixou de ser amor.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

 


ILUDINDO O TEMPO

 

Na desgraça da vida se perde a graça,

Colhe-se a fé sentida e que nos ilude,

Todo esse olhar fúnebre que nos abraça,

Carrega dores deixadas na juventude.

 

O mistério da passagem nos acalma,

Dúvidas surgem em toda essa vertigem,

Para onde se transportará a minha alma

E lá, para onde irei, qual a minha origem?

 

Na ilusão do tempo, sensações sentidas,

Do pó, apareceu o homem nesta terra,

Por cá andamos sempre em despedidas,

Sem desvendar os mistérios que ela encerra.

 

Nesse escombro fúnebre o nosso destino,

Estudamos túmulos antigos sem dó

E nada encontramos que seja divino,

Somente corpos transformados em pó.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

 


UM ABRAÇO

 

O mundo mudou

E aos poucos nós estamos a mudar,

A meu ver para pior.

Tenho vontade de um abraço,

Uma vontade de te tocar

De construir um mundo melhor.

Palavras são levadas pelo vento

E na dor, o deixar de chorar,

O riso forçado, também é sentimento.

Na amizade, o aconchego fortalece a vida

E a dor que nos une é disfarçada

Na vontade de se dar um abraço.

No aconchego da noite,

A ilusão preenche os espaços,

Deixando surgir a magia da união

E na eternidade do tempo, pedem-se abraços

Que substituem as palavras levadas pelo vento,

No aconchego do coração.

 

Um abraço afasta toda a angústia,

Revigora o corpo e a alma,

Transmitindo calor a um corpo necessitado,

Despertando lágrimas e alegrias

Que restauram a necessária calma.

Neste tempo tolhido com palavras,

Renasceu a vontade de um abraço,

Um abraço que traga energias

A esse corpo desgastado,

Fazendo voar o sonho da fantasia

Que traga com ele a amizade,

As sensações da aventura

E o sentir leve da liberdade,

Com o seu manto de ternura.

Apenas te peço um abraço.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

 


INVERNO

 

Raios de luz formam grinaldas amarelas,

No horizonte nascente se descobre o rei,

Entre nuvens que se despem em bagas finas

Espalhando flocos brancos na paisagem.

 

A luz do universo parece brincar às escondidas

E a brisa fria toca as pétalas do velho girassol

Que no jardim vai rodando à procura do sol,

Meio escondido na névoa da própria natureza.

 

Ao longe, uiva o vento na toca do lobo branco,

Lá no cimo do monte, onde a água se esconde,

A vida exausta parece ter chegado ao seu fim,

Deixando um grito surdo, esperando o renascer.

 

No meu olhar, uma sombra estranha se atravessa,

Alma bravia e solitária, traz o teu nome com ela

E neste inverno que a vida nos apresenta,

A brisa suave molda no teu corpo uma carícia.

 

No firmamento sinto Vénus e vejo a deusa do amor,

Coberta de grinaldas amarelas ao seu redor,

Procurando ajudar o seu amado sol a desabrochar,

Vencendo a tristeza do manto branco que o cobre.

 

Carlos Cebolo

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