LEVADO PELO VENTO
Com o tempo, aprende-se poesia,
Neste presente o fruto colhido,
De um triste passado revestido,
Lembrando a mangueira do quintal
E o sabor da fruta ao natural,
Em ritmo de bela fantasia.
Já não existe a flor do jardim,
Roseira plantada com amor
E o cravo murcho de tanta dor,
À beira da fonte verdejante
Que matava a sede ao viajante,
Na labuta diária sem ter fim.
Nomes e lugares são pensamentos,
São vocábulos que a vida nos dá
E um pouco de nós ficou por lá
E por cá, aprende-se a saudade,
Simples lembranças da mocidade
Que talha todos os nossos momentos.
Carlos Cebolo