ALMA DE UM POVO
Lá longe, na sanzala norte,
Ouvindo o batuque no ar,
Som feiticeiro e sedutor,
Muitas vezes chamando a morte,
Quando a vida não quer ficar,
Nesse tempo cheio de dor.
Não deixes que te toquem na alma,
Menina negra de encantar,
Que no teu corpo tens a graça.
Toma a esteira na noite calma,
Abre os teus olhos ao luar,
Afugenta a tua desgraça.
Em ti, as noites são sensuais,
Por lençol tens folha de palma,
Por esperança tens sonho findo
E esses sonhos são imortais,
Talhados no teu corpo e alma
Que nessa vida vão caindo.
A alma negra tem seu sentido,
Tem silêncios na madrugada,
Som do batuque desflorando.
No peito coração partido
E toda a magia quebrada,
Enquanto o corpo vai bailando.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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