FEITIÇO DE UMA TRADIÇÃO
Lá bem longe, ouve-se o som do quissanje,
O ritmo do batuque que toca a alma,
Fervilha pelos corpos esse sangue
E lágrimas sotas na noite calma.
Na voz, o surdo grito que se sente,
Esse sabor a fumo das queimadas
E o próprio dia acaba de repente,
Dando lugar às quentes madrugadas.
A mufico deixa de ser menina,
Nesse ritual próprio da puberdade
Que aquela vida africana lhe ensina
Viver assim, a sua mocidade.
Não há feitiço, nem céu, nem inferno,
Os costumes não traçam o seu fim,
O som do batuque será eterno
E a saudade ficou dentro de mim.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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