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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

 


TERRA NATAL

 

Terra mãe, mulher e vida,

Doí-me esta tua ausência,

Pois tenho consciência,

Do tempo e vida sentida.

 

Toquei-te com a minha mão,

Larguei-te com muita dor,

Por ti cultivei amor,

De ti retirei o pão.

 

Foste sonho e realidade,

O sonho que traz memória,

No real valor da história,

Vivida na mocidade.

 

Tua voz chama por mim,

Os teus cheiros são instantes,

Teus sabores estão distantes

Mas o amor não teve fim.

 

Mulher bela e sensual

Que outrora já foi minha,

Saudade que se adivinha,

Daquela terra natal.

 

Carlos Cebolo

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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

 


PARA TI

 

Tudo se renova no palco da vida,

O silêncio abre-se na solidão

E na tristeza vê-se a escuridão,

Daquela felicidade perdida.

 

Colhe-se essas lágrimas já vividas,

Não se sente já a dor da aflição,

Só o temor de um fraco coração,

Na esperança das coisas perdidas.

 

Traços da linda menina que foi,

Hoje mulher de vida em perdição,

Vida que vê fugir da sua mão,

É tristeza que na sua alma dói.

 

Solta-se outros perfumes para ti,

Colhe nessa brisa outra sensação,

Para ti, escolhe outra solução,

Sente a felicidade que te sorri.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 4 de novembro de 2022

 


SONHOS DESFEITOS

 

Tudo é chão

E não só flores,

 

Estende o corpo

Mulher solidão,

Colhe as tuas dores,

Aquece a escuridão

Que o luar não tarda.

 

Ninguém como tu

Conhece a vida,

Chamam-te perdida

E são como tu.

 

Não sei se te invento,

Nem sei como és,

Teus sonhos ao vento,

Sandálias nos pés,

Percorres caminhos

No chão florido

E pelos cantinhos

O teu sonho perdido.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

 








MURCHA FLOR

 

O tic-tac do tempo, não tira a dignidade,

Apenas amadurece essa vida já sentida

Que no mundo do sonho não se encontra perdida

E renova toda essa já gasta mocidade.

 

Sente-se a decadência nos raios da madrugada,

São lembranças já idas de uma outra mocidade,

Onde se colheram alvíssaras daquela própria idade,

Hoje apenas lembranças dessa vida passada.

 

São recordações que permanecem na memória,

De quem viveu e amou toda aquela liberdade,

Colhendo os frutos doces da antiga mocidade,

Sem ignorar a flor murcha que fez sua história.

 

Com o passar dos anos, a memória se mantém,

Ainda liberta o seu perfume, a murcha flor,

Esperando o colibri no seu cálice de amor,

Vivendo a vida, levando-a um pouco mais além.

 

O sonho não se desfez e o tempo não parou,

A esperança reacende aquela chama do vulcão

Que a faz sentir viva, com o mundo na sua mão,

Com o poder de alterar a sina que  o tempo traçou.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 3 de outubro de 2022

 


AMPULHETADA VIDA

 

Sem bússola e sem mapa, sigo o caminho,

Com paciência sinto o tempo passar,

Num livro sem idade colho carinho,

Querendo contigo outra vida alcançar.

 

O amor espera a hora da verdade,

Na ampulheta da vida tudo passa,

E nem tudo nesta vida é vontade,

Assim como deslise não é desgraça.

 

Colho saudades da vida passada,

Quebra-se os muros de uma solidão,

Na própria vida, a vida será adiada,

Juntos procuramos a perfeição.

 

Une-se no tempo essa perfeição,

Com ocultas asas, o nosso voar,

Que fortaleceu esta nossa união,

Iluminando o nosso caminhar.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

 


MÁGOAS GUARDADAS

 

Vive-se o momento que a vida nos dá,

O tempo passado não se perdeu,

Faltou-me viver o momento meu,

Tudo que a vida ainda me ensinará.

 

Apenas se perdeu frações de mim,

Espaços vazios dentro do peito,

Cobertos de nada sempre a seu jeito

Que pouco a pouco terá o seu fim.

 

Houve muitas lágrimas não choradas,

Frias neblina que assim se elevou,

Tolhendo aquele tempo que já passou

E várias mágoas sentidas guardadas.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 27 de setembro de 2022

 


  SE!...

Se ignorado ficasse o meu destino,

Com este anel de fogo, ar e água,

Intensificava o meu desatino

E aumentava a minha triste mágoa.

 

Se a chuva fosse lágrimas caídas,

Deste terreno corpo em que me sinto,

Com sinas traçadas e merecidas,

Nas feridas abertas que consinto,

 

Também teria a alma eterna tristeza,

Com essa escura mente que a procura,

Por entre os delírios da Natureza

E todo o Se seria uma loucura.

 

Se em sombras se fizesse a eterna luz,

Toda a magia seria ilusão,

Do triste corpo e alma que a produz,

E todo o amor seria sem paixão.

 

Se o Se fosse apenas uma incerteza,

Na ilusão que a vida nos apresenta,

O mundo deixava de ter beleza,

Sem o amor que nessa ilusão se ausenta.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

 


NADA É TUDO

 

Voo interrompido de asa quebrada,

Nem sempre repara no azul do céu,

Negras nuvens toldam o olhar que é só seu,

No labor do sol, a luz decepada.

 

Hoje, procura enfrentar o interior,

Entra no mundo revolto do Ser,

Na batalha trava esse padecer,

Retirando do fogo o seu calor.

 

Colhe flores e do nada se faz tudo,

Brancas gaivotas salpicam o ar,

Ondas sem castelo acalmam o mar

E o seu Eu interior, deixou de ser mudo.

 

Ouve murmúrios na fonte calada,

São gemidos de uma alma em perdição,

Os gestos sofridos nessa solidão,

Nesse corpo de mulher desesperada.

 

Hoje, este limpo céu ilumina a alma,

Talha caminhos e novas estradas,

Alimenta as nascentes desgastadas

E a água fresca que colhe,  traz a calma.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 13 de setembro de 2022

 MURCHA FLOR

 

Sente-se a decadência nos raios da madrugada,

São lembranças já idas de uma outra mocidade,

Onde se colheram alvíssaras daquela própria idade,

Hoje apenas lembranças dessa vida passada.

 

São recordações que permanecem na memória,

De quem viveu e amou toda aquela liberdade,

Colhendo os frutos doces daquela mocidade,

Ignorando a flor murcha que fez a sua história.

 

Com o passar dos anos, a memória se mantém,

Ainda liberta o seu perfume, a murcha flor,

Esperando o colibri no seu cálice de amor.

 

Vive a vida, levando-a um pouco mais além,

E a esperança reacende aquela chama do vulcão

Que a faz sentir viva, com o mundo na sua mão.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 9 de setembro de 2022

 


AO SABOR DO TEMPO

 

Do tempo, retiro a sabedoria da vida,

Do silêncio, toda a alegria desse viver,

No sonho, planto essa certeza da partida,

Do passado, deixo a tristeza esmorecer.

 

Cuido do presente que comigo nasceu,

Nessa linha do horizonte, planto os meus sonhos,

Deixo ecos do passado, onde ele se perdeu

E deito ao vento, todos os momentos medonhos.

 

No sentir, solvo todo o gosto da aventura,

Encantos escondidos num corpo de mulher,

Onde poisa a brisa com o seu toque de ternura.

 

Desse futuro, não sei mesmo o que pensar,

Solto os meus sonhos, para mais tarde os colher

E nas asas do vento, poiso o meu sonhar.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 6 de setembro de 2022

 


PERFEIÇÃO

 

A perfeição do teu olhar,

No especial sentido do Ser,

Toca o interior de quem quer ver,

Na beleza de quem quer amar.

 

O céu azul é escuro e oco,

O mar profundo não tem cor,

O triste sentido da dor,

Nessa beleza de quem é louco.

 

O corpo de mulher perfeita,

É o sentido de liberdade

E a beleza de toda a verdade,

Está no olhar de quem aceita.

 

No fascínio do teu olhar,

O imperfeito será bonito,

Como lindo é esse infinito,

Na prata esquiva desse luar.

 

Toda a mulher é perfeição,

No sentido desse prazer,

E o simples olhar faz renascer,

A já esquecida sensação.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 29 de agosto de 2022

 


VIDAS SEM VIDA (VÍTIMA)

 

Tudo o que passou não foi loucura,

Foi algo mais e não só carícia,

Foi luz ardente na noite escura,

A alegria que se merecia,

Na tristeza que não se procura.

 

Triste maneira de se viver,

Entre fantasmas na noite oculta,

O medo que volta a aparecer,

Nesse nada, onde tudo se escuta,

No sentimento que faz sofrer.

 

No medo, não se constrói o amor,

O insulto só nos faz odiar,

Na voz calada, ouve-se a dor

E o sofrimento que quer ficar,

Retira da vida o seu fervor.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 23 de agosto de 2022

 


REVOLTO MAR

 

Esse mar ingrato com o seu caminhar,

Forma as ondas revoltas do meu Ser,

No lamento, oculto este meu sonhar,

Disfarço o triste modo do viver.

 

Corre o vento com todo o seu desnorte,

De fracasso em fracasso esconde a dor,

Sem aplausos culpa a sua má sorte

E desse sofrimento, culpa o amor.

 

Com suas mãos, limpa o sal do seu rosto,

Livre, deixa voar o seu pensamento,

Não se deixa vencer pelo desgosto,

Na profunda alma, guarda o sentimento.

 

Carlos Cebolo

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domingo, 21 de agosto de 2022

 


SINAIS DOS TEMPOS

 

Do tempo oiço os seus sinais,

O que vivi é passado

E os tempos não são iguais.

O que falta fica guardado,

Para viver sempre a sorrir

E ver este Mundo florir.

 

Recordação é tesouro,

Do tempo que se viveu

Que foi rico como o ouro

E tudo desapareceu.

Foi levado pelo vento,

Sem deixar um só lamento.

 

Do tempo colho momentos,

Momentos que são saudade

E hoje são só lamentos,

Da passagem da mocidade,

Do tempo que se viveu,

E do amigo que morreu.

 

Carlos Cebolo

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segunda-feira, 8 de agosto de 2022

 


LEMBRANÇAS

 

Dias incertos de Sol ardente,

Lembra momentos que já são idos,

Imagens fixas na minha mente,

Momentos que já foram perdidos.

 

Lá no mato canta o pombo verde,

A brisa transporta os seus odores

E o encanto do canto não se perde

Nem o bailado de outros autores.

 

Os frutos que as aves vão bicar,

Mamão, goiaba, manga madura,

Em Angola nascem sem se plantar

E o clima produz essa ternura.

 

Só quem conheceu a felicidade,

Se lembra daquela maravilha,

Aqueles momentos da mocidade,

Que na nossa mente ainda fervilha.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 3 de agosto de 2022

 


ESPERANÇA QUE JÁ FOI

 

Mil madrugadas despertam a minha alma,

Respostas procuro dentro de mim,

Mas uma névoa turva a minha calma,

E a meta traçada fica sem fim.

 

Olho para o mar e não vejo o seu fundo,

Só ondas soltas da minha agonia

E essa visão de como foi o meu mundo,

No oposto extremo sem ter sintonia.

 

Houve lágrimas soltas do meu olhar,

Suspiros e gestos que não senti,

Olhando o horizonte do vasto mar,

Sem conseguir pôr os olhos em ti.

 

Se houvesse um tempo, desse tempo passado,

Que na memória ativasse lembrança,

Revia os momentos do meu agrado

E talvez voltasse a ter esperança.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 13 de julho de 2022

 


               SOMBRAS

 

Recolho as imagens da memória,

Alongo os momentos de uma história

E caem encantos já desgastados,

Momentos que ficaram guardados.

 

Queimam os lábios a confidência,

Exaustos combates sem ciência,

Outras cores e gestos de um olhar,

Um Arco-íris com um novo brilhar.

 

São sombras que atormentam uma vida,

Caminhos inversos da partida,

Deixam cair as gotas salgadas,

Vidas que ficaram desgastadas.

 

E das sombras não se faz a luz,

Vê-se um futuro que não seduz,

Só a lonjura marca o momento,

Perdido ficou o sentimento.

 

Carlos Cebolo

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sexta-feira, 8 de julho de 2022

 


MAR E MARÇO

 

Das ondas retiro a sua frescura,

Calor seco que do deserto emana,

O horizonte azul que não nos engana,

Brisa suave com toque de ternura.

 

No horizonte, vislumbra-se o calor,

As ondas brancas, castelos ao vento,

Monges e freiras presos no convento,

Desse claustro mar, proclamando o amor.

 

Com tudo se confunde essa miragem,

Esse amor que o Namibe representa,

Belas sereias que da concha se ausenta,

Que o próprio mundo presta vassalagem.

 

Eram as festas da bela cidade,

Irmãos Latinhas e os seus cavalinhos

Destinos traçados pelos caminhos

E o calor ardente da mocidade.

 

Carlos Cebolo

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sábado, 2 de julho de 2022

 


MUNDO PARALELO

 

Mundo paralelo do meu encanto,

Sonho encantado que se quer viver,

É só aventura, sorriso e pranto

Que perturba todo esse adormecer.

 

Segue em frente esse sonhar da vontade,

E tudo é ilusão no poder da mente,

Sensações vividas de uma saudade

Que o próprio sono, no sonhar consente.

 

Em todos os sentidos, chama-se o lamento,

De tudo, um pouco desse mundo vivido,

Nesse sonhar se absorve o sentimento,

Mesmo depois do sono interrompido.

 

Sonho no vazio de uma loucura,

No sono revolto, só solidão.

Tudo não deixa de ser aventura

Que aos poucos, sufoca toda a ilusão.

 

Jardim no paraíso do desassossego

Que nesse mundo se encontra escondido,

Procura no sonhar seu aconchego

No desgosto de um animal ferido.

 

Carlos Cebolo

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quarta-feira, 29 de junho de 2022

 


O DESPERTAR DA MADRUGADA

 

Mil madrugadas despertam a minha alma,

Bebo o néctar do teu seio que acalma,

Toda a tristeza que minha alma envolve,

Talvez assim, a vida se renove.

 

Mil madrugadas despertam a mente,

Corpo dorido de uma dor que não sente,

Reclama essa dor que outrora sentiu,

Má hora desse tempo que surgiu.

 

Mil madrugadas despertam a vida,

Ferida aberta da triste despedida,

Sentida no tempo que ainda voa

Que de Angola, só parou em Lisboa.

 

Mil madrugadas foram desgastadas,

Em Lisboa, famílias separadas,

Sem dó nem piedade de ocasião,

Partiram o elo de uma união.

 

Carlos Cebolo

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sábado, 4 de junho de 2022

    



                SAUDADE

 

Na idade da vida a minha saudade,

Sulcos profundos da mocidade,

Que o velho tempo não quer selar,

Nem mesmo essa saudade apagar.

 

Como uma raiz exposta ao vento,

Assim endurece o pensamento,

Com toda essa amargura vivida,

Tristes lembranças da despedida.

 

Tempo onde a saudade ainda habita,

Reduz a memória em que acredita,

Ter vivido a vida verdadeira,

Nessa glória que foi passageira.

 

E nem tudo por lá foram flores,

Houve carências e seus horrores,

As belas rosas e os seus espinhos,

Amores traçando outros caminhos.

 

Essa saudade virou semente,

Criou raízes na própria mente,

Brotou flores com sua ternura

Minha alma ficou muito mais madura.


Naquela praia havia miragem,

A jangada ilustrava a paisagem,

Aquele tempo traz recordações

E a saudade toca os corações.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 24 de maio de 2022

 


                   ÂNSIA

 

Na distância, o aumento da saudade,

O tempo traz consigo lembrança,

Olhares alegres da mocidade

Que o próprio tempo já não alcança.

 

Aproxima-se o tempo finito,

Na triste ânsia bailante da vida,

E no tempo que ainda acredito,

A saudade da vida perdida.

 

Na ânsia de te voltar a encontrar,

Percorro todas as sensações,

Na ilusão do teu belo encantar,

Sentindo o cheiro e as recordações.

 

Esse teu silêncio que faz doer,

Reinante no constante sonhar,

Confunde-me todo este meu sofrer

E tudo se funde no meu pensar.

 

Domino a sede de não te ver,

Só em sonhos te posso tocar,

E a minha ânsia que não quer morrer,

Vive para sempre no meu sonhar.


Sinto o Namibe com a sua beleza,

Nestes meus sonhos irrealizados,

Canção do mar onde não há certeza,

Entre rumos que foram traçados.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 17 de maio de 2022

 


O INVERSO DO TEMPO

 

Procuro o inverso deste caminhar,

Em palavras encontro um endereço,

Nas lágrimas soltas que não mereço,

Neste meu peito, elas querem ficar.

 

Sem defesa, solto toda a ternura,

Procurando esconder este meu pranto,

Na lembrança daquele fugaz encanto,

Fonte perdida da minha loucura.

 

Recordo todos os lindos momentos,

A carne e sangue do mesmo jardim,

Os cheiros sentidos dentro de mim,

Na procura dos velhos sentimentos.

 

Sons do batuque naquela inocência,

Bailados na volúpia da mocidade,

São sentidos com toda a suavidade,

Sempre com esse toque de confidência.


Não encontro a Bibala aqui por perto,

Mangueiras em flor e o belo imbondeiro,

Entre todos os amores, ela foi primeiro,

Na miragem do mar, o destino incerto.



 

Carlos Cebolo

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quinta-feira, 12 de maio de 2022

 


SEM LÁGRIMAS

 

Minha terra, minha amada,

Deus criou-a com carinho,

Do tempo se fez o nada

E assim se destrói o ninho.

 

Na savana se viveu

Alegrias do momento,

Fresca água que se bebeu,

Criando-se o sentimento.

 

E do nada se fez tudo,

No mato que se venceu

E o próprio Deus ficou mudo,

Com a beleza que nasceu.

 

Da terra tirei o pão,

O fruto do meu saber,

Beijei o sagrado chão

Que me viu desaparecer.

 

Para bem longe fui levado,

Sem batuques e rebita,

No chão por mim consagrado,

Outro ser por lá habita.

 

E assim se vai terminar,

Na saudade que ficou,

Sem lágrimas para chorar,

Por muito que já chorou.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 10 de maio de 2022

 


INFORTÚNIO

 

Do infortúnio saem palavras,

Folhas levadas pelo vento,

São asas do meu pensamento,

As águas frias das levadas.

 

São palavras que deixam ecos,

Ouvidas em repetição,

Na loucura da perdição,

Atalhos fúteis e outros becos.

 

O desespero perdeu tudo,

Perdeu tudo que nunca teve

E no momento triste e breve,

Nessa ansiedade ficou mudo.

 

No teu silêncio essa desgraça,

Olhar profundo de agonia,

Não vejo em ti essa alegria,

Nem a vida que por ti passa.

 

Carlos Cebolo

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terça-feira, 3 de maio de 2022

 


SER POR SER

 

Se somos dia, se somos noite, acontece,

Amo viver a vida entre o sonho e o sonhar,

Por se ser só vida, no sonho se adormece,

No silêncio de outros leitos se quer ficar.

 

Toda a noite se aproxima da solidão,

Com toques de veludo se afasta a partida,

A deriva hora traz com ela a perdição,

Não sabemos o que é o amor, o que é o dia.

 

E surge a tua imagem nessa escuridão,

Passos de mulher nos meus sonhos arrumados,

E o teu sorriso será minha perdição,

E essa tentação de todos os meus pecados.

 

Entre estrelas e o luar, essa solidão

Esconde os delírios de toda uma ansiedade,

No silêncio dos suspiros do coração,

Lembrando felizes momentos da mocidade.

 

Carlos Cebolo

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