Por mim passou uma borboleta,
Com o seu ondular colorido,
Poisou na rosa, jasmim, violeta,
No malmequer do jardim florido.
Borboleta porque voas assim,
Sem destino certo pensado?
Não vês que provocas em mim,
Lembranças do meu amado?
Meu amado p’ra guerra foi guerrear,
Deixando-me aqui sozinha,
Sem ter alguém para amar,
Que triste sina a minha.
Traz-me o perfume da rosa,
Do malmequer e do jasmim!...
Óh minha linda mariposa,
Tem um pouco pena de mim.
Leva-me nas tuas asas,
Para junto do meu amado,
Procura em todas as casas,
Notícias do meu passado.
Lembras-me com o movimento
Que fazes com o teu voar,
As ondas do mar no silêncio,
Da noite de belo luar.
Da praia distante que ficou
No mundo que já foi meu,
Do tempo que já passou,
E o momento que não morreu.
Minha terra amada distante,
Não me atormentes assim.
Teu chamamento constante,
Ainda dá cabo de mim.
A guerra que nos separou,
Não foi tão ruim assim,
O meu amado voltou,
E já está junto a mim.
Obrigado borboleta linda,
Por me fazeres feliz assim!...
Mesmo longe da terra querida,
Não te esqueceste de mim.
Carlos Cebolo
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