PEREGRINO
20/04/2012
Sou nesta minha terra peregrino,
Aqui tracei este meu triste destino,
Quando a terra onde nasci desprezei,
Não cuidando de tudo que amei!
Quantas vezes, também fui desprezado,
Sem dar valor aquele chão sagrado.
Quem viu nascer aquele belo arvoredo,
Plantado pela brilhante mãe natureza,
Traz consigo grandes segredos,
Da terra onde sentiu grande pureza.
Naquela terra vermelha por mim pisada,
Tudo me parecia muito mais airoso.
Procuro libertar-me do tempo passado,
Recordando tudo que por lá foi amado,
As boas coisas de um país radioso.
Percorri caminhos nunca antes pisados,
Onde a minha felicidade foi completa,
Talhando firmeza no meu crescimento,
Sem nunca deixar escapar um só lamento.
Por aqui sou peregrino!
Procuro o meu chão sagrado,
Na diáspora da dança e contradança,
Apenas sufoco com a sua lembrança.
Este desejo incontrolável te a voltar a ver,
Renova o meu espírito em corpo velho,
Aumentando todo este triste padecer.
Liberto as amarguras em poemas coloridos,
Tentando dar sentido ao meu viver,
Para sentir uma estabilidade emocional,
Recordando os belos tempos lá vividos.
Assim, sou neste eterno Portugal,
Peregrino esquecido em momentos idos.
Carlos Cebolo
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