Eterno cativo
11/09/2012
Porque me castigas, ó linda sereia?
Neste meu mar de sofrimento,
Sem o teu doce chamamento,
Que o meu pobre espírito anseia,
Apenas sufoco neste meu tormento.
Neste teu jogo de pura sedução,
Fizeste-me sonhar com o teu enredo.
Da tua bela teia não tive medo
E mostrei-te toda a minha paixão,
Num tormento que começou cedo.
Em ousadias do corpo e da alma,
Despi-me de preconceito aflitivo.
Vi teu doce encanto apelativo,
Na bela noite que te mostraste calma,
Fazendo de mim, teu eterno cativo.
Sinto no meu coração uma dor oca,
Por não te ver, como é meu desejo
E não sentir nos lábios o teu beijo.
Trago um amargo constante na boca,
Por não conseguir ser, quem eu invejo.
Este teu castigo, sem a tua nudez,
Em renovada posição de ocasião,
Faz sofrer o meu pobre coração;
Por não ver chegada a minha vez,
De ser senhor da tua outra paixão.
Este silêncio que habita em nós,
Na cumplicidade de grande amor;
Intensifica toda esta minha dor,
Sem poder ouvir a tua doce voz,
Acalmar este meu triste pavor.
Porque me castigas? Musa do meu sofrer,
Quero viver todo esse grande amor,
Em teus braços, sentir todo o calor,
Do vulcão que começa a arrefecer,
E aplacar esta minha imensa dor.
Carlos Cebolo
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