ESTRELA CADENTE
Tocam os sinos na bruma,
O vento desfralda a vela,
O céu tem tanta estrela,
Por vezes lá cai uma,
Que a nossa visão revela.
Se a cair, for a mais bela,
Dos tristes tempos já idos,
Com os seus filhos partidos,
Daquela baixa da Chela,
Deixa mágoa nos sentidos.
Pitanga que se esmaga,
Pés descalços da desgraça,
De longe o seu filho abraça,
Para fechar triste fraga,
Na igualdade da raça.
Deixa fluir seu amor,
Nas suas veias guardado,
O país que foi amado,
Também causou muita dor,
E roubou o seu legado.
A pedra nua dos becos,
Testemunha angustiada,
Com a infeliz debandada.
Ouvem vozes nos seus ecos,
Dos sons da rapaziada.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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