VENDAVAL
Triste vendaval que passa,
No contraste de uma vida,
Varre mágoas da desgraça,
Da triste vida vivida,
No sangue e glória da raça.
Indómita dor se sente,
Neste deserto vazio,
De uma alma de sangue quente,
Com esse coração frio,
Que assim fere a própria mente.
Vendaval no seu varrer,
Abismo da noite fria,
A fúria que quer volver,
A pobre vida vazia,
Muito antes de morrer.
A vida sem existência,
Sem de nada ter certeza,
Fere a ténue consciência,
De uma tão nobre pureza,
Com a sua consciência.
Traz a tristeza na mente,
Este vendaval que passa,
Com o seu amor ausente,
Aumenta a sua desgraça,
Surgindo assim de repente.
Nesta mágoa de ter vida,
Tristeza que a gente vê,
Com toda esta dor sentida,
Sem se ver o que se vê,
Numa alegria fingida.
Mais uma noite ao relento,
No amor que procura ter,
Velas expostas ao vento,
No velar do amanhecer,
Com sombras no pensamento.
Carlos cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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