O QUE FOI… NÃO É!
Com ossos nus,
A pele enrugada,
São homens comuns,
Com vida desgastada.
Outros idos tempos,
Outra vida sentida
Ao sabor dos ventos,
Da juventude perdida.
A esperança velha,
Na vida consentida,
Não há quem o valha,
Na tristeza vivida.
Mulher amante foi
Mãe e também avó,
Na velhice que rói,
Uma peça de dominó
No tabuleiro deixada,
Com vida desgastada.
Na vida tanto amou,
O velho que ali jaz,
Foi pai e grande avô
E tudo ficou p’ra trás.
Foi mãe e protecção,
Traçou sentimentos,
Orientou vidas,
Ouviu lamentos,
Sarou feridas
E deu o seu perdão.
O prémio compensador,
É ser hoje inútil,
No seu amor e sua dor,
Na sua triste vida fútil,
Viver de recordação,
Dando a última lição.
No seu silêncio, o grito!
No seu refugio, a presença,
O julgamento sem sentença
Na mente fica escrito.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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