ABSTENÇÃO
Quisera o rei, o que não tinha,
Um trono salvo da impureza,
Onde manter sua realeza,
Sem sequer, ter sua rainha.
Tédio do país onde mora,
Sem o povo, ter por escolta,
O bobo que na corte chora,
A sua angústia de revolta.
Neste mundo com sua grei,
Por liberdade, tem registo,
Entre as chagas do senhor Cristo,
Ser cativo daquela lei.
Murmura a água no seu passar,
Eterna agonia do seu crer,
Todo este eterno padecer,
No reino que vem para ficar.
E o povo canta o seu sofrer,
Abstendo-se daquele votar,
Que a lei em força lhe vem dar,
Na ignorância do seu viver.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário