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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

quinta-feira, 30 de junho de 2016



NAQUELA HORA TARDIA

Naquela hora já tardia,
Quando a noite produz mistérios,
Desvenda os seus pensamentos.
Ao som das estrelas cintilantes,
Com a parda luz da lua crescente,
A tradução dos medos que a alma sente,
Vagueia ao som da ilusão,
Varrendo aqueles mistérios,
Saltando todos aqueles momentos.
Como vozes dolentes no ar,
Ouve o compasso do coração,
Naquele bater descompassado
De um desassossego sentido.
Cordas que amordaçam a voz,
De uma garganta irritada
Naquele morno cantar da lua,
Com o seu amar sem romantismo.
É naquela hora já tardia,
Que aparecem as desilusões
De uma vida sem vida,
No canto da noite de ocasião,
Daquele amor sem ter paixão.
Arfados soluços silenciosos,
Cortam a respiração naquela apneia
Que não lhe deixa adormecer.
E sem o cintilar das estrelas,
Fica a noite quebrada sem a luz do amor.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 29 de junho de 2016


CALOR

No sentir de uma vida amarrotada,
Lembro o dia quente de intenso sol,
Corpo escaldante na frescura adiada
E afasto de ti, o fresco lençol
Que cobre o teu corpo na madrugada,

Cama desfeita de uma realidade,
Vivida a dois neste quente verão,
O calor dos corpos em tempestade,
Lembranças que na mente ficarão,
Recordando esta nossa eternidade.

Como foi tórrido este nosso amor,
Entre as dunas de uma praia serena,
Os nossos corpos sorvendo o calor,
No sabor daquela areia morena,
Resfriando todo o nosso fervor.

Teu calor sentido no corpo meu,
No doce beijar de extrema ternura,
Todo o tempo passado se esqueceu,
Do extremo calor da nossa loucura,
Sentido nesse amor que renasceu.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 28 de junho de 2016


S. PEDRO

E São Pedro foi à festa,
Pescador do baixo mar,
É o santo que nos resta,
No vasto rol popular.

Último no calendário,
Na igreja é um senhor,
O seu feito foi lendário,
No amor pelo Salvador.

No celeste ele é porteiro,
Este santo popular,
Na fé, foi ele o primeiro,
A caminhar sobre o mar.

Por Cristo foi escolhido,
Guardião do seu altar,
Também foi o preferido,
Pra sua igreja formar.

Sendo último, é primeiro,
No reino do seu senhor,
Foi com outros, verdadeiro,
Pregador daquele amor.

Carlos Cebolo





BELEZA DA VIDA

No silêncio compassado que se deixa ouvir,
Sente-se os sons esquecidos entre seus espaços,
Nessa surdez gritante que procura emergir,
Entre as sensações que rasgam os seus próprios traços.

Como aguarelas sem cor, numa tela já fria,
Mostram aquela natureza morta esquecida,
Entre pinturas quentes dum quadro que se cria,
Envolvido em recordação da vida tardia.

Naquele sentimento apagado pela amargura,
Fixa-se em cordas soltas toda aquela tristeza,
Que encobre a felicidade nessa nuvem escura.

Com todo o desassossego da triste alma sentida,
Contrariando toda aquela vil natureza,
Eleva a voz, louvando a beleza desta vida.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 27 de junho de 2016


AMORES DISTANTES

Sol e lua no seu caminhar,          
Sentido amor, para sempre presente,
Sem toque de corpos em união.
Naquela estranha forma de amar,
Amor que a separação consente,
Na mais eterna e fria paixão.

Amor sentido nesta distância,
Nessa forte tracção que a alma sente,
Forma nesse seu triste sentir,
Objecto de sonho e fantasia,
Desejo que se mantém presente,
Na angústia que começa a emergir.

Todas as causas desse tormento,
Resume-se na separação,
De dois amores sempre distantes.
E deixam fluir o sentimento,
Que alimenta o pobre coração,
Nessa esperança de serem amantes.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 24 de junho de 2016


TELEPATIA

Tempero o tempo com esse teu sabor,
Sabor a morango, fresca primavera,
Flores silvestres do teu perfumado odor,
Sentires que este meu corpo desespera,
Na noite calma e amena de intenso amor.

Por ti, reclamo este forte sentimento,
Na angustia para a qual não encontro remédio,
Para este mal que se tornou meu tormento,
Entre as noites de saudade e forte tédio,
Que em pesadelos, é lembrado o momento.

No despertar sempre antes que raie o dia,
Surge a tua imagem no meu pensamento,
Desassossego da noite, minha alma fria,
Que se aquece com este teu chamamento,
Em telepatia pura de magia.

Carlos Cebolo
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PASSADO

Longe ficou meu sentimento,
Naquele tempo por mim sonhado,
Se penso apenas um momento,
Relembro todo o meu passado,
Parte deste meu pensamento.

Nunca deixei de ser visível,
Mesmo neste correr vazio,
Também não serei invencível
Nem tão pouco um coração frio,
Um Ser indiferente e insensível.

Lembrarei com mágoa a esperança,
Aquele contacto quente e humano,
Que a vista fraca não alcança,
Mês após mês, ano após ano,
Tudo o que trago na lembrança.

Alma que vive eternamente,
Pesadelos da madrugada,
Que o corpo, aos poucos já não sente,
Essa recordação guardada,
Do passado, ainda presente.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 22 de junho de 2016


S. JOÃO

E na brincadeira da folia,
Continua a festa popular,
Com seus balões e muita alegria,
A dançar, S. João vamos lembrar.

No Porto é maior entre os iguais,
Alho-porro e sua brincadeira,
Estas tradições são imortais,
Vinho e sardinha na bebedeira.

E canta o povo na noite quente,
Procura vencer a capital,
Toda a alegria que o povo sente,
 Em vez de marchas, há o arraial.

E o povo agradece a tradição,
Na folia deste Carnaval,
Sempre com o martelinho na mão,
Pancada que ninguém leva a mal.

É o martelinho de S. João,
No bate bate a cabeça dura,
Com o belo copo sempre na mão,
Torna-se aquela noite insegura.

Carlos Cebolo


terça-feira, 21 de junho de 2016



PURA EMOÇÃO

Na Gaveta do pensamento,
Guardo belas recordações
Traçadas no trilho dum beijo.
Prazer lido no firmamento,
Traça o bater dos corações,
Na saudade do meu desejo.

Esse encanto do teu sorrir,
No sono da alma o sentimento,
Da certeza do teu olhar.
O desejo de te possuir,
Desfrutando todo o momento,
Na pura entrega desse amar.

Vejo-te no olhar de ilusão,
De uma vontade sem ter fim,
Ter-te na minha cama, nua.
Num toque de pura emoção,
Esse teu corpo junto a mim,
Cobertos pela luz da lua.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 20 de junho de 2016



QUANDO EU PARTIR

Quando em pó, o meu corpo se formar,
Belas flores continuarão a florir,
Continuará a haver sol, lua e mar,
Outras almas irão também partir.

E por onde passeei a mocidade,
Setembros e outubros do meu pensar,
Outros terão a sua eternidade,
Tristezas e alegrias no chorar.

A roseira terá a sua flor,
As rosas vermelhas que sempre amei,
Outros também lá, sentirão amor,
Naquele belo jardim, por onde andei.

Quando eu partir, poucos se lembrarão,
De quem fui neste eterno caminhar,
Como escrevi e criei emoção,
Na recordação desse meu pensar.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 17 de junho de 2016


SEREI JARDIM!...

Forte cai a chuva neste espaço escuro, apesar da hora,
Inclina-se na sua haste a flor, esperando o sol nascer,
Nessa esperança de acordar antes mesmo desse entristecer.

Tédio da noite que se levanta perante aquela luz,
Nesse abrir de pétala, a cor viva que este Mundo seduz,
Toda a áurea viva daquele ser, onde a felicidade mora.

Serei então jardim florido de eterna nascida beleza,
O murmúrio de água que ouvindo o seu cantar, também chorou
Daquela angústia na revolta sentida por onde andou.

Outrora livre por ter nascido no jardim de pureza,
Essa flor deixa secar a sua pétala já descolorida,
No triste jardim onde permanece dormente e escondida.

Pensando num outro Mundo, onde a vontade faz sua lei,
Naquela liberdade, sem o peso de ter corpo e mente,
Sonha a flor entre o quente raiar do sol e o frio que sente
Que afinal não deixou de ser sempre filho da mesma grei.

Malmequer silvestre tendo o verde prado por seu jardim,
Entre as malvas e espinhos que a acompanham no seu triste fim.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 16 de junho de 2016



SOL DA VIDA

Para quando será brando o seu pensamento,
Como brando será o sol de um triste inverno,
Naquela cor, será o céu assim eterno,
Na brandura de um dia com o seu sofrimento.

Aquele tom azul celeste de um dia radiante,
Quisera ele que assim fosse o seu pensamento,
Abraçando todo aquele alegre momento,
E assim pudesse sonhar e seguir adiante.

Para quando a alegria estampada no rosto,
Daquela pobre alma nessa sua revolta,
A cinzenta nuvem que produz seu desgosto.

Que hora maligna traçou o seu nascimento,
Sempre com a nuvem cinzenta onde o sol não volta,
Traçando a sua triste sina e seu lamento.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 15 de junho de 2016


VENTO

E este vento agreste que não pára,
Corre veloz nesse seu caminhar,
O seu afagar é coisa rara,
Entre as dunas do salgado mar.

Com ele baloiça o verde arvoredo,
Levanta poeira no seu passar,
Nesse assobiar o seu segredo,
Com todo o seu veloz caminhar.

E o meu amor se vem abrigar,
No meu abraçar o seu desejo,
Entre as dunas do salgado mar,
Saborear o seu doce beijo.

Sentida será a ventania,
Deste nosso amor a florescer,
O vento que traga em sintonia,
A nossa canção no anoitecer.

Por aqui sopra este triste vento,
Que vai passando o seu tremor,
Arrastando todo o seu lamento,
Nessa procura do seu amor.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 14 de junho de 2016


IMPOSSIBILIDADES

Pouco a pouco, entre frases antigas,
Vejo-a e deixo de pensar…

Pouco a pouco, dentro de mim, a angústia
De a não poder beijar…

Na virtualidade da sua imagem,
Um raio de luar da sua beleza,
Lança-me um convite na incerteza,
De um dia poder fazer tal viagem.

Em sonhos, sinto o seu meigo abraço,
Nos meus lábios, o seu doce beijo,
Com a cabeça posta no seu regaço,
Esse culminar do meu desejo.

Pouco a pouco, sinto a possibilidade,
De a ter nos meus segredos…

Pouco a pouco a vontade de a alcançar
E vencer todos os medos.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 13 de junho de 2016


SANTO ANTÓNIO

No calor da festa, o popular,
António de Lisboa, este santo,
Com lindo sermão deu que falar,
Entre águas surgir seu encanto.

Anda o diabo desassossegado,
Por ter o povo na sua mão
E continuar sem ser desejado,
Por santo António no seu sermão.

Em Portugal é santo primeiro,
Nesse calendário universal,
É santo popular verdadeiro,
Para quem procura ser casal.

Casam nubentes nesta ocasião,
Fazendo do santo casadouro,
E muitos desconhecem o sermão,
Palavras mais brilhantes que o ouro.

Peixes perceberam seu sentido,
Chamando o pecador à razão,
Por deixarem o santo ofendido,
Sem quererem ouvir seu sermão.

Carlos Cebolo

sexta-feira, 10 de junho de 2016


AI PORTUGAL!

Ai Portugal, Portugal!
O teu orgulho onde está?
O teu povo a passar mal
E pouco muda por cá.

Outro tempo, outra função,
Heróis do mar que já foi,
Com o país no coração,
A ferida que ainda dói.

Já não vejo Lusitanos,
Viriato e a sua glória,
Ao povo apenas enganos,
Aos corruptos a vitória.

Ai Portugal, Portugal!
Onde está tua semente,
Valentes sem ter rival,
Saudade daquela gente.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 9 de junho de 2016


JARDIM DE PALAVRAS

Palavras soltas, flores ao vento,
Que nos meus sonhos estiolaram
Todas as dores que não secaram,
A flor triste do sentimento,
Nessa glória que não acharam.

Quem era, quem sou, eu não sei,
Serei rosa, cravo ou jasmim,
A vida que chega ao seu fim,
Entre estas palavras que herdei,
Plantá-las-ei no meu jardim.

Serei apenas sombra certa,
Na eterna luz do pensamento,
Que aguarda o esperado momento,
Do oásis na folha deserta,
No sossego deste tormento.

Jardim de palavra florida,
Esse eterno caixão floral,
Esgrime a vida agradecida,
Entre o moral e o imoral,
Em tela pintada e tecida.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 8 de junho de 2016


MAR

Ó mar eterno presente,
Com teus sonhos encantados,
Lembrando no seu cantar,
Esta dor que o Mundo sente,
Nos poetas enamorados,
Que ao Mundo querem encantar.

Fina flor de espuma branca,
Castelo de alga marinha,
Que o meu corpo vai beijar,
O sal que em ti se alcança,
No sabor que se adivinha,
Seres meu, ó eterno mar.

Toque de pura malícia,
Nesse teu gemer sentido,
Loucura da tua dor.
Sorvo essa pura delícia,
Do tempo incerto sofrido,
Que faz de mim sonhador.

Cheiro-te em tons de canção,
Tua essência de doçura,
O amor que quero alcançar.
Na magia da ilusão,
Sinto em mim tua ternura,
Esse teu encanto, ó mar.

Carlos Cebolo
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O CAMINHAR DA SOLIDÃO

A sombra segue o seu caminho,
Caminhando ao sabor do vento,
Transporta no olhar, o carinho
E na alma guarda seu lamento.

 Seu olhar atinge o infinito,
Caminha sem qualquer direcção,
Fazendo da esperança um mito
Que traça a triste solidão.

Ignorada como o destino
Traçado no seu pensamento,
Vai triste no seu desatino,
Aquela alma no seu tormento.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 7 de junho de 2016



O TEMPO NÃO VOLTA

Ouvindo na rádio a música antiga,
Sem querer chorar, sinto que já chorei
E subitamente a música antiga,
Abraça todos os sonhos que sonhei.

O passado, tempo que leva a vida,
Fere e faz-me sangrar o coração,
Mágoa duma vida mal definida,
Gravada na triste recordação.

Aquele tempo que passou já não volta,
Como água corrente, segue destino,
Lembrado na ária antiga que se solta,
Levando-me aquele tempo de menino.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 6 de junho de 2016


MÁSCARAS DO SEU SER

Nesse seu Ser, existe um Ser desconhecido,
Máscaras que escondem uma dor e o sofrimento,
Nessa esperança daquele Ser adormecido,
A dor nem sempre suave do triste lamento.

Na montra deste seu sentir, não o será,
Rotina da dor dum eterno sentimento,
Nessa liberdade que para si traçará,
Com o sacrifício da máscara do momento.

Vida por vida traçando uma realidade,
De um sofrimento vivido na eterna dor,
De um mundo que existe na clandestinidade.

E por não sentir a saudade onde ela mora,
Firmado o medo, sem culpa desse terror,
A denúncia de uma justiça que demora.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 3 de junho de 2016


RECUSA

E grito bem alto que estou aqui,
O amor, minha alegria, meu sofrer
Tormento que me faz estremecer,
Neste meu gritar, tudo o que senti.

Na minha procura, este meu viver,
Nesse desapertar da tua blusa,
O não que magoa, simples recusa,
De um amor que espera renascer.

Sem gritar, oiço alto este sofrer,
Numa tristeza que teima em ficar,
Por muito querer continuar a amar.

Sem querer manter todo este padecer,
Desgaste constante do sentimento,
Refugiado naquele simples lamento.

Carlos Cebolo
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