NAQUELA HORA TARDIA
Naquela hora já tardia,
Quando a noite produz mistérios,
Desvenda os seus pensamentos.
Ao som das estrelas cintilantes,
Com a parda luz da lua crescente,
A tradução dos medos que a alma sente,
Vagueia ao som da ilusão,
Varrendo aqueles mistérios,
Saltando todos aqueles momentos.
Como vozes dolentes no ar,
Ouve o compasso do coração,
Naquele bater descompassado
De um desassossego sentido.
Cordas que amordaçam a voz,
De uma garganta irritada
Naquele morno cantar da lua,
Com o seu amar sem romantismo.
É naquela hora já tardia,
Que aparecem as desilusões
De uma vida sem vida,
No canto da noite de ocasião,
Daquele amor sem ter paixão.
Arfados soluços silenciosos,
Cortam a respiração naquela apneia
Que não lhe deixa adormecer.
E sem o cintilar das estrelas,
Fica a noite quebrada sem a luz do amor.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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