INVERNO DE UMA VIDA
Por certo temos a eternidade,
Desta vida, sua incerteza,
Nesse inverno da própria ausência.
Seio de uma maturidade,
Imposto pela Natureza,
São gelos da própria inclemência.
Tempo de exílio na nudez,
Da viva sem dono e senhor,
Viúvo desse Maio florido,
Na volúpia de uma gravidez,
Onde o Outono foi servidor,
Surge este inverno entristecido.
Por certo, o caminho escolhido,
No percorrer de grão a grão,
No sentir de uma alma que arfava.
Nesse interior, o sonho escondido,
Deixando fugir a ocasião
Do amor que aos poucos desmaiava.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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