LONGE DO OLHAR
Não chamo nem espero quem me quer,
Nessa amizade, lembro a companhia,
Ao lado, à distância, onde estiver,
Aquela presença nunca tardia.
Nem sempre quem me toca me faz feliz,
Mesmo sem se ver o Sol, será dia,
Depois da noite longa, imperatriz,
Que na distância me fez companhia.
Na orla da tristeza este meu pranto,
Atalhos que procuro percorrer
E no esforço não me libertar tanto,
No desejo de um novo renascer.
Este silêncio que bate no peito,
Ao reclamar da hora que não chega,
Solta o delírio desse forte conceito
Que o amor à distância não sossega.
Longe do olhar está a perdição,
Dessa lembrança que aos poucos se apaga,
Onde a vontade não tem decisão
E a doçura do amor se torna amarga.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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