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Tudo o que quero e não posso, tudo o que posso mas não devo, tudo o que devo mas receio. Queria mudar o Mundo, acabar com a fome, com a tristeza, com a maldade.Promover o bem, a harmonia, intensificar o AMOR. Tudo o que quero mas não posso. Romper com o passado porque ele existe, acabar com o medo porque ele existe, promover o futuro que é incerto.Dar vivas ao AMOR. A frustração de querer e não poder!...Quando tudo parece mostrar que é possível fazer voar o sonho!...Quando o sonho se torna pesadelo!...O melhor é tapar os olhos e não ver; fechar os ouvidos e não ouvir;impedir o pensamento de fluir. Enfim; ser sensato e cair na realidade da vida, mas ficar com a agradável consciência que o sonho poderia ser maravilhoso!...

sexta-feira, 28 de abril de 2017


NO TEMPO PÁRA A SAUDADE

No tempo pára a saudade,
Deixa para trás o sentir,
Vida solta da verdade
Que no Mundo se faz ruir.

Tempo promove a mudança,
Nesse escrito de tristeza
Que também traz esperança,
Olhando a tua beleza,

E a saudade assim sentida,
Dentro dessas horas breves,
Torna a vida divertida,
Nessas cartas que me escreves.

Faço dos braços papel,
Neles tatuo teu nome,
Sejas fiel ou infiel,
Dúvida que me consome.

No tempo pára a saudade,
Da flor que quer emergir,
Sem saber o que é verdade,
Num rosto sempre a sorrir.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 27 de abril de 2017


LIBERDADE

Sonho ser rei absoluto da minha simpatia,
Lembrando o materno abraço da minha mocidade,
Essa bela e tranquila vida que então eu sentia,
Com o pensamento a voar e sentir toda a liberdade.

Esse saudoso beijo na boca dos namorados,
Naquela penumbra de um tempo que Abril já levou,
Deixando somente as lembranças caídas aos bocados,
De uma liberdade que o próprio tempo assim forjou.

Esse fervoroso Abril, deu ao Outono o seu lugar,
Nessa liberdade do acto, o sabor desejado,
Lembra esse recluso que não se deixa libertar.

Passou o tempo, sem deixar passar essa romaria,
Recorda-se o beijo sentido que ficou guardado
E daquele tempo, o calor vivido com alegria.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 25 de abril de 2017


FLORES DE ABRIL

Este Abril que me deste,
Um pouco assim florido,
Que de negro se veste,
Neste Mundo perdido.

Abril das violetas,
Das camélias floridas,
Entre ditos e tretas,
Tristes almas perdidas.

E a esperança se desfez,
Esperando o momento,
Na triste embriaguez,
Onde ficou o sentimento.

Pensando na nova Era,
Vindoura noutro espaço,
O povo fica à espera,
Daquele sincero abraço.

Abril não se cumpriu,
Na igualdade esperada,
O cravo que floriu,
É flor já desfolhada.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 24 de abril de 2017


ABRIL

E um império se desfez,
À custa da liberdade
Na Nação da desigualdade,
Ficou o povo sem vez.

Canta Abril em desfilada,
Os que eram, já não são,
Suores frios pelo chão,
Desta vida desgastada.

E o Mundo rola e avança,
Como uma força motriz,
De um povo sem seu cariz,
Não se promove a mudança.

No trabalhador sem sorte,
O capital é quem manda,
Numa vida que desanda,
Rumos traçados sem norte.

E o cravo perdeu a cor,
Do sangue que se verteu
E o império que se perdeu,
Na guerra com outra dor.

Mal menor que floresceu,
Um país com seus meninos,
Portugal dos pequeninos,
Que na Europa renasceu.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 21 de abril de 2017


MUSA

Com aquele seu jeito romântico encantado,
Tocou fundo no meu peito enjaulado,
Ensinou-me a ter outros novos sonhos,
Afastando os pesadelos medonhos.

Sem pedir ou fazer um juramento,
Talhou os caminhos do pensamento,
Naquele sentir de novas emoções,
Será luz das minhas inspirações.

Fazendo dos seus braços o meu ninho,
No infinito existente entre nós dois,
Aquele silêncio no olhar com carinho.

Transformou a tristeza em alegria,
No sentir do agora, antes e o depois,
Ser permanente toda essa magia.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 20 de abril de 2017


LINDA VIANA

Linda Viana do foz do lima,
É minha terra sem o ser,
Onde eu escolhi p’ra viver,
Por ela tenho grande estima,
Meus filhos vieram cá nascer.

Minho e seu verde litoral,
Sobre o olhar de Santa Luzia,
Cidade encanto natural,
As grandes festas d’Agonia,
Neste mundo não há igual.

Moçoilas de chita e avental,
Desfilhar de grande beleza,
De uma coisa tenho eu certeza,
Na cidade, vila ou pinhal,
É rica a sua natureza.

Se um dia, eu puder escolher,
Dar à terra o que ela me deu,
Alimento este sonho meu,
De um dia poder merecer,
O grande amor que ela me deu.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 19 de abril de 2017


SONHO

Talvez eu tenha realmente sonhado,
Ou senti desta vez, a irrealidade,
Com esse constante da vida adiado,
Nessa procura da fraternidade.

Senti que comigo, estavas presente,
Entre os lençóis de algodão quente e fino,
Volúpia dos toques que o amor consente,
Com aquele percorrer suave de felino.

E sonhei, com todo o Mundo encantado,
Que esse nosso amor era realidade
E não fruto de com ele, ter sonhado.

Desperto, senti essa madrugada,
Com o sentimento da imortalidade
E a felicidade sem estar desgastada.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 18 de abril de 2017


VOLTARAM AS ANDORINHAS

Já longe vai esse Abril do meu Ser,
Mas a alma continua jovial!...
Uma disposição do meu crer,
Assim talhado nessa vontade,
De um desejo que só será carnal,
Com o contar de anos da nossa idade.

Com Abril, voltaram as andorinhas,
Num chilrear pleno de alegria,
Levam no bico barro às bolinhas,
Constroem seus ninhos nos beirais,
Com aquele belo toque de magia,
Num constante voar, procurando mais.

Constroem o seu recanto de amor,
Com carinho mostrando prazer
E o Sol brilhando em seu louvor,
Talha a juventude da minha alma,
Por entre flores do meu renascer
Que com a idade se tornou mais calma.

Este meu Ser sem o seu Abril,
Numa primavera já caduca,
Procura manter a alma viril,
Como as andorinhas no seu voar,
Naquela atitude que me educa,
A manter meu amor e sonhar.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 14 de abril de 2017


SEXTA-FEIRA SANTA

No Sepulcro esse silêncio é profundo,
Símbolo de morte e da Ressurreição,
Imagina-se o corpo do Senhor!...
O Sudário que ficou neste Mundo,
Lembrado numa profunda oração,
Com cânticos de amor e de grande dor.

A passagem dos séculos que deslumbra,
No meu peito o grito mudo que ecoa,
Angústia que se acentua num cego,
Como aquele medo escondido na sombra
Que a morte a descoberto não perdoa,
Sendo a Ressurreição apenas eco.

Divino corpo, sozinho na cova,
 Iluminando e cobrindo os Jazigos,
Dá-nos esperança nessa Ressurreição.
Sentidos seculares que se renova,
Por entre crenças e símbolos antigos,
Indicam os caminhos da salvação.

E se a verdade fosse assim sentida,
Como sentida é Sexta-Feira Santa,
Estaria o Mistério a descoberto.
No sentido de uma cruz invertida,
Essa negra visão que ao mundo espanta,
Ter a morte como destino certo.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 13 de abril de 2017


PÁSCOA

Corre o vento ao seu sabor,
Rumos distintos alcança,
Cruza elementos da aliança,
Entre o povo e seu Senhor.

Selado é o sentimento,
Do amor com sua ternura,
Neste mundo de aventura,
Da Páscoa fica o momento.

Quando assim se é cativo,
Desses laços que se deu,
A Esperança que se perdeu,
Em guerras sem incentivo.

Por esse virar da esquina,
Que o próprio tempo alcança,
Apenas ficou a aliança,
Que ainda se acha digna.

A fé que a todos tocou,
Com seus estilos e maneiras,
São palavras verdadeiras,
Diferente por onde andou.

E a Páscoa por cá ficou,
Desde aquele tempo primeiro,
Entre Abraão e o cativeiro
Foi Cristo que se salvou.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 12 de abril de 2017


RESSURREIÇÃO

E deixou ao Mundo um abraço,
Amparou a vida insegura,
Essa alma Divina e pura,
Para além do tempo e do espaço.

Imposta foi a mensagem,
Criando a nova Paixão,
E deu-se a ressurreição,
Abrindo nova passagem.

Ensina ao homem que a dor,
É também a solução,
Prepara a Ressurreição,
P’ra purificar o amor.

Muda pois de direcção,
P’ra seguir o Criador,
Planta neste mundo amor,
Na vida renovação.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 11 de abril de 2017


RIO LIMA

Por entre a Vila e os montes verdejantes,
Passeia o rio a sua calmaria,
No cantar as verdades já distantes,
Seus amores, tristeza e alegria.

É o Lima majestoso que assim corre
E por ser galego de nascimento,
É bem português o mar onde morre,
E Darquense a alma com seu sentimento.

Entre lendas, verdades e mentiras,
O rio mantém sua natureza,
No sussurrar das águas lava as iras,
Lava as mágoas, firma sua beleza.

Reino de pescadores na manhã cedo,
À tardinha, encontros de namorados,
Sente o rio no seu verde arvoredo,
A fúria ardente de amores desejados.

A sua foz num estuário alargado,
Abraça o cabedelo nesse areal,
Espraia sua água no mar salgado,
Forma a bela praia de Portugal.

São tantos os suspiros das suas margens,
Tantos corações traçados na dor,
Tantas emoções e suas miragens,
Traçados nas irreais provas d’amor.

E o Lima corre lento e sorridente,
Entre margens talhadas na frieza,
Dos contos e lendas do antigamente,
Ainda hoje não se tem a certeza.

O rio de um eterno encantamento,
Que outrora fora assim amaldiçoado,
O temido rio do esquecimento,
É hoje, na sua beleza, abençoado.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 10 de abril de 2017


PARTIR COM O VENTO

Existe um rio de águas límpidas,
Sugando o teu rosto já cansado,
Sem nenhum destino, percorre caminhos,
Parte com o vento sem ter chegado.

No sítio onde o tempo começa,
Conchas soltas à beira do mar,
Cai a noite, esconde a desgraça,
De quem parte querendo ficar.

O areal cobre-se de névoa espessa,
Escondendo o luar nas colinas,
Entre paredes o desagravo
Das mulheres que deixam de ser meninas.

Doí-me essa água que o teu rosto respira,
De um cansaço que provocou essa dor,
Cobrindo as emoções nuas e desoladas,
Dos sentires onde ficou guardo o amor.

Carlos Cebolo
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sexta-feira, 7 de abril de 2017


SENTIDOS NOVOS

De repente paro o meu pensamento,
Será cegueira ou o deixar de ouvir?
Silêncio do teu constante lamento,
O simples chorar ou o teu sorrir…

O murchar das flores desse jardim,
Pálpebras cerradas do teu olhar,
Nesse meu desassossego que escurece
Todo aquele amor que surgiu assim,
Sem ouvir nem ver todo esse pensar
Que o meu próprio silêncio não esquece.

Será algo assim que me desencanta,
Águas de uma torrente já passada,
Que pouco a pouco essa esperança espanta.

Nesse passar do Estio, o Outono volta
A abrir a brecha que não foi sarada,
Aumentado toda aquele revolta.

É preciso construir novas pontes,
Que adornem esses caminhos floridos,
Abrindo linhas de novos horizontes,
Talhando no velho, novos sentidos.

Necessário será escutar e ouvir,
O canto encantado da cotovia.
 Saber ler entre linhas do sorrir,
 Antes que a vida se torne tardia.

Carlos Cebolo
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quinta-feira, 6 de abril de 2017


SE!...

Se abro os olhos e vejo,
Na noite clara o luar!...
Quando sinto o inverno no rosto,
A luz do Sol e o desejo,
O calor dos teus lábios no beijar!...
Tudo me leva até ti,
Sabendo que existes,
Mesmo distante,
Ficas perto no que senti.
A vida não se torna triste
E tudo segue adiante.

Se aos poucos me deixas de amar,
Se a distância te faz esquecer,
Se o amor deixou de ser sentido,
Então esquece-me nesse caminhar,
Não me procures no teu amanhecer,
Porque de ti, estarei perdido.

Porém!...
Se nada em ti mudou,
Se a espera não te for dolorosa,
Serei em ti renovada flor!...
Andará a esperança por onde andou,
Com aquela fé, na vida duvidosa
E sentirás de mim e por mim, amor.

Carlos Cebolo
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quarta-feira, 5 de abril de 2017


LIVRO

Neste meu recanto,
Ilustro meu Ser
E falo contigo.
Todo o belo encanto,
O prazer de ler
O bom livro amigo.
Dentro de ti, eu navego,
Viajando nessa leitura,
Esse prazer que não nego
E que me enche de ternura.
És minha porta encantada
Que me leva nessa aventura,
De uma vida desejada,
Entre linhas de ternura.
Entre o tempo e o espaço,
Sempre com um livro na mão,
Voa este meu pensamento.
Nas páginas desse abraço,
Sem ter rumo nem intenção,
Voa a alma ao sabor do vento.
Livro de bolso encantado,
Uma escola em andamento,
Ser escrito ou desenhado
É a força dum pensamento.

Carlos Cebolo
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terça-feira, 4 de abril de 2017



AMIGOS

Sempre naquela roda vida,
Constante preocupação,
Amigos vêm, outros vão,
Deixam essa ternura sentida.
Deixam um pouco do que tinham,
Levando pedaços de mim,
Amizade sem ter seu fim,
Suas tristezas choravam.
Despidos de toda a ternura,
Nessa fadiga que sentiam
Amigos iam, outros vinham,
Aplacando aquela amargura.
Naquela partilha sentida,
Por entre alegria e tristeza,
Sorvia-se aquela beleza,
Duma amizade repartida.

Carlos Cebolo
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segunda-feira, 3 de abril de 2017


SOLTA-TE E VAI

Sem sentir, às vezes imagino a vida,
Não sei se vivo pouco ou de mais, assim!
Seja como for, foi bom ter nascido.
Por vezes, esta vida é divertida
E na morte nunca terá seu fim,
Se algo ficar por cá, bem definido.

Essa vontade forte de gritar,
Que esta vida não passa de ilusão,
 Ilumina a noite quando ela cai.
Cruzar as mãos com esta vida a passar,
Em estilo de oração pedindo perdão,
Será dizer à alma: - Solta-te e vai!...

Neste crer de uma incerteza pagã,
Que ofusca a treva no surgir da lua,
Procurar na vida, ter um destino
Sem a fé desta fraqueza cristã,
É sentir a alma que se encontra nua,
No caminho que se tornou Divino.

Carlos Cebolo
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