RIO LIMA
Por entre a Vila e os montes
verdejantes,
Passeia o rio a sua calmaria,
No cantar as verdades já
distantes,
Seus amores, tristeza e
alegria.
É o Lima majestoso que assim
corre
E por ser galego de
nascimento,
É bem português o mar onde
morre,
E Darquense a alma com seu
sentimento.
Entre lendas, verdades e
mentiras,
O rio mantém sua natureza,
No sussurrar das águas lava
as iras,
Lava as mágoas, firma sua
beleza.
Reino de pescadores na manhã
cedo,
À tardinha, encontros de
namorados,
Sente o rio no seu verde
arvoredo,
A fúria ardente de amores
desejados.
A sua foz num estuário
alargado,
Abraça o cabedelo nesse
areal,
Espraia sua água no mar
salgado,
Forma a bela praia de
Portugal.
São tantos os suspiros das
suas margens,
Tantos corações traçados na
dor,
Tantas emoções e suas
miragens,
Traçados nas irreais provas
d’amor.
E o Lima corre lento e
sorridente,
Entre margens talhadas na
frieza,
Dos contos e lendas do
antigamente,
Ainda hoje não se tem a
certeza.
O rio de um eterno
encantamento,
Que outrora fora assim
amaldiçoado,
O temido rio do esquecimento,
É hoje, na sua beleza,
abençoado.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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