PARTIR COM O VENTO
Existe um rio de águas límpidas,
Sugando o teu rosto já cansado,
Sem nenhum destino, percorre caminhos,
Parte com o vento sem ter chegado.
No sítio onde o tempo começa,
Conchas soltas à beira do mar,
Cai a noite, esconde a desgraça,
De quem parte querendo ficar.
O areal cobre-se de névoa espessa,
Escondendo o luar nas colinas,
Entre paredes o desagravo
Das mulheres que deixam de ser meninas.
Doí-me essa água que o teu rosto respira,
De um cansaço que provocou essa dor,
Cobrindo as emoções nuas e desoladas,
Dos sentires onde ficou guardo o amor.
Carlos Cebolo
carlosacebolo.blogspot.com/
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