SAUDADES
Para lá daquela terra distante,
Onde a vida quase se não sentia,
Quando a noite chegava e o sol fugia,
A lua brilhante seguia adiante.
Pela savana onde a terra fervia,
O velho leão soltava o seu rugir,
Tão alto que até a noite fugia
E o dia voltava com o seu sorrir.
Era a terra dos meus antepassados,
Na pureza e riqueza do diamante,
Sulcava a terra com duros arados
E a tristeza ficava mais distante.
Maquela terra onde também nasci,
À força da foice talhei caminhos,
E palmo a palmo, plantei meus carinhos,
Nas quentes paisagens que percorri.
Hoje, distante, traço na lembrança,
Memórias que o corpo já esqueceu,
Todo aquele amor que foi meu e teu
Nessa saudade que a alma ainda alcança.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário