VELHO MAR
Logo de manhã, fui sentir o mar,
Procurei ouvir o que me dizia,
Naquele baloiçar que a onda fazia,
Ergueu-se um bailado com o seu cantar.
O canto da sereia, profundo e lindo,
Que entrou e torvou todo o meu pensar,
Não são mais do que ecos do lindo mar,
Naquele baloiçar profundo, sorrindo.
Com calma falou-me do meu destino,
Na comparação da espuma do mar,
O sentir de uma calmaria ao luar,
Cantando o amor com todo o desatino.
Na saudade de uma bela inocência,
Se pecado fosse esse amor sentido,
Seria eu, esse sonhador ferido,
Esperando pela tua clemência.
Velho mar, com a sua voz de saudade,
Nessa tristeza se afastou calado,
Estando doente ou apenas cansado,
Por suportar toda essa realidade.
Carlos Cebolo
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