POR DETRÁS DO ESPELHO
Salpica de sangue essa terra vermelha,
Com gotas naturais da triste beleza,
Naufraga na encruzilhada da incerteza,
Espelho de água que a nada se assemelha.
Enganos e mentiras de uma traição,
Por entre feitiços da cúpula do tempo,
Imagem reflectida de um contratempo,
Do outro lado do espelho essa solidão.
Essa fecunda terra que lhe deu pão,
Da qual foi arquitecto e seu pintor,
Dessa vida também seu grande escultor.
Sem ter qualquer temor ou hesitação,
No desbravar da terra sempre venceu
E por detrás do espelho a vida perdeu.
Carlos Cebolo
Sem comentários:
Enviar um comentário