CUBATA
Lá na sanzala, havia um outro olhar,
Olhar de esperança de uma nova Era,
Naquela cabana de forma esfera,
Coberta de junco, escondendo o luar.
No tocar do batuque vive-se a vida,
Sofrida e carpida na triste dor,
Contraste da dança pedindo amor
Que o tempo regressa com a partida.
Junto à fogueira dançava a mulata,
No encanto da dança a sua aventura,
Essa vida alegre e cheia de ternura,
Vivida numa esteira da cubata.
Naquela cubata semeava a dor,
Dessa noite sentida na amargura
E o tempo na magia tudo cura,
Procurando noutro dia, um outro amor.
Carlos Cebolo
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